A Bolsa de Tóquio encerrou os negócios nesta terça-feira em queda de 1,81%. É mais uma conseqüência das declarações feitas ontem pelo presidente do Banco Central norte-americano, Ben Bernanke. Ele manifestou preocupação com os rumos da inflação nos Estados Unidos, dando a entender que haverá novas altas nas taxas de juros.
Ontem, as bolsas de todo o mundo foram afetadas ainda pela ameaça de corte das exportações iranianas de petróleo. Em Nova York, o índice Nasdaq (que mede a cotação das empresas de telecomunicações e informática) caiu 2,24% e o Dow Jones (das empresas de setores tradicionais da economia), 1,77%.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa de 3,17%. Em maio, a Bovespa teve desvalorização de 9,5%. Os resultados negativos se devem às vendas de ações feitas por investidores estrangeiros.
Em entrevista ao colunista Guilherme Barros, publicada hoje pela Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou exagerada a reação do mercado financeiro às declarações de Bernanke. "Essa alta suscetibilidade faz com que qualquer palavrinha provoque uma queda das bolsas", afirmou. "Bernanke não falou nada que já não tivesse falado antes".
Para o ministro, não há risco de uma crise internacional. Segundo ele, até mesmo as nações emergentes "estão numa situação mais sólida do que no passado", por apresentarem um quadro de equilíbrio fiscal, reservas cambiais elevadas e superávit nas transações externas. "Os países emergentes estão mais sólidos do que os países desenvolvidos", disse Mantega.