Não bastou chamar o presidente Lula de "grande malandro". O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) anunciou hoje que vai procurar os presidentes do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), para que a oposição leve adiante a idéia de propor o impeachment do petista.
A proposta surge quatro dias depois de as pesquisas de intenção de voto apontarem a vitória de Lula já no primeiro turno das eleições.
"Eu mesmo sempre achei que, democraticamente, o melhor impeachment era o das urnas, mas, na realidade, nós não sabíamos da gravidade do furto no Banco do Brasil, na Petrobras, na Eletrobrás. Nós não sabíamos que o presidente está viajando com um avião e com dois reservas atrás por 74 mil quilômetros à custa do povo brasileiro para fazer campanha e, cinicamente, dizendo que não é candidato, para poder fazer isso", disse ACM, em discurso na tribuna do Senado hoje à tarde.
O senador avalia que os partidos de oposição erraram ao não propor o impeachment de Lula em agosto do ano passado, no auge das denúncias contra o governo e o PT. Para ACM, a notícia-crime apresentada hoje pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao Ministério Público pode ser o ponto de partida para o impeachment.
A menos de quatro meses das eleições presidenciais, a abertura de um processo de impeachment do presidente Lula dificilmente será levada à frente. Oposicionistas acreditam, porém, que o simples debate público em torno do assunto pode contribuir para desgastar Lula, dificultando sua reeleição.