A desembargadora Anna Maria Pimentel, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, indeferiu na madrugada de hoje pedido de habeas-corpus em favor de Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos. Na última sexta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva dele, por solicitação do Ministério Público.
Edemar é acusado de obstruir as investigações da Polícia Federal e do próprio Ministério Público e de ocultar obras de arte. O banqueiro está na carceragem da PF, em São Paulo.
Ele foi indiciado há um ano pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta de instituição financeira. Posteriormente, teve seus bens seqüestrados pela Justiça.
A prisão foi decretada pelo juiz federal Fausto de Sanctis, que a considerou necessária para a manutenção da ordem pública. A medida, sustentou o magistrado, tem o objetivo tanto de evitar novos crimes quanto de preservar a "credibilidade e a respeitabilidade das instituições públicas", já que Edemar tentou ocultar da Justiça e da perícia obras de arte valiosas, além de sonegar informações.
O Banco Santos sofreu intervenção, no final de 2004, deixando um rombo de R$ 2,73 bilhões. Em setembro de 2005, foi decretada a falência da instituição. Edemar, promotor de importantes eventos artísticos (como a exposição Brasil 500 anos), é um grande colecionador de arte. Também é conhecido pelo sofisticado padrão de vida que manteve ao longo dos últimos anos. Segundo relatório oficial do liqüidante do Banco Santos, ele gastou R$ 150 milhões na construção e decoração de sua casa em São Paulo.