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Nagashi Furukawa pede demissão do cargo

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27/5/2006 | Atualizado às 9:53

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O secretário estadual de administração penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa pediu demissão do cargo depois de duas semanas da maior onda de violência que atingiu o estado de São Paulo, ordenada de dentro dos presídios paulistas pelos líderes do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Segundo reportagem de hoje do jornal Folha de São Paulo, Nagashi alegou "divergências ideológicas e de ação" com o secretário de segurança pública Saulo de Castro Abreu Filho - que sai fortalecido do episódio.
 No lugar de Furukawa fica interinamente o pedagogo Luiz Carlos Catirse, funcionário de carreira da secretaria. O ex-secretário que ficou no cargo por seis anos e cinco meses reclamou da falta de investigação da polícia sobre grupos criminosos que agiam dentro e fora das prisões.
 Nos dias que se seguiram aos ataques, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo havia dito a aliados que analisaria a permanência de Furukawa assim que a crise passasse.
Segundo relatos de pessoas próximas ao governador, ele avaliava que Saulo agiu "com excelência" durante a crise. Já Furukawa teria tido um desempenho apenas "bom".
 O secretário da Segurança foi um dos interlocutores mais freqüentes de Lembo durante os ataques. Ao mesmo tempo, o governador não escondeu suas críticas à pasta de Furukawa, como a entrada de celulares em presídios. Repetiu diversas vezes nos últimos dias que considera isso "um absurdo".
 Há suspeita de que os ataques comandados pelo PCC que convulsionaram o estado de São Paulo há duas semanas tenha sido provocado pelo vazamento dos depoimentos do diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e Ruy Ferraz Fontes, delegado titular da 5ª Delegacia de Roubo a Banco do Deic concedidos à CPI do Tráfico de Armas da Câmara dos Deputados.
 O técnico de som Artur Vinícius da Silva teria vendido por R$ 200 o CD com o áudio dos depoimentos dos delegados aos advogados do PCC Sérgio Weslei Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado.

Natureza pessoal
 Em seu pedido de demissão por escrito, Furukawa alegou razões de "natureza pessoal". Protocolar, Lembo agradeceu os serviços prestados e, em despacho, afirmou que a filosofia aplicada no sistema penitenciário por ele "será objeto de reflexão e futuras decisões".
 Furukawa decidiu deixar o cargo na última segunda-feira. Mas o nome de Catirse só foi confirmado ontem de manhã, após Furukawa entregar sua carta de demissão ao governador. O ex-secretário ligou para seu subordinado e disse que Lembo gostaria de conversar com ele. Feito o convite, Catirse aceitou na hora.
Lembo cogitou nomear o secretário-adjunto da Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira -o braço direito de Saulo. Ele é filiado ao PFL, mesmo partido do governador.
 Com os dois afinados entre si, pensava Lembo, as divergências de ações acabariam. Ao aceitar a demissão de Furukawa, o governador acatou por ora sua indicação para a pasta.
 Um ato de diretores de presídios que foram prestar solidariedade a  Furukawa ontem, com a exibição de um vídeo com realizações de sua gestão, se transformou numa cerimônia de despedida, com choro do homenageado e de funcionários. Num discurso improvisado, Furukawa brincou: "Calma, gente. Não morri".
 Furukawa estava no cargo desde dezembro de 1999. Durante o período, enfrentou centenas de fugas e dezenas de rebeliões, entre elas a de 2001, até então a maior ocorrida no Estado, envolvendo 29 unidades. A entrada de celulares em várias das 144 penitenciárias do Estado foi um motivo de desgaste constante durante sua gestão.
 Nesses seis anos e cinco meses, a população carcerária de São Paulo mais do que dobrou: saltou de 53.117 para 124.446.
Furukawa costumava citar como realizações de sua gestão as 82 novas unidades entregues, que abriram 60 mil vagas no sistema prisional paulista. Mas o déficit hoje ainda é alto: 28.801 vagas.

Um pedagogo para cuidar dos presos

O governador Cláudio Lembo (PFL) anunciou ontem um secretário interino para ocupar a vaga de Nagashi Furukawa na pasta da Administração Penitenciária de São Paulo.
O pedagogo e administrador Luiz Carlos Catirse, ex-coordenador das unidades prisionais do Vale do Paraíba e Litoral, assumiu dizendo que o PCC não controla o sistema penitenciário e que sua missão será a de ajudar Lembo a encontrar um nome "político" para o cargo.
"Ele é interino e vai me ajudar a escolher um agente político para substituí-lo", disse Lembo, sem estipular prazos.
Depois de confundir o sobrenome do secretário (chamou-o de "Catirde"), o governador disse ser favorável a concessões aos detentos, desde que sejam legítimas. Mas não descartou mudanças gerenciais na pasta. "Toda a filosofia do secretário Nagashi será objeto de reflexão." Nagashi, diz Lembo, deixou o cargo com a justificativa de que, sete anos após assumir a secretaria, estava "exausto".
Ao se apresentar, Catirse disse que costuma falar "pouco". Sobre o PCC, ele negou que a facção criminosa tenha controle sobre os presídios, mas admitiu o poder entre os presos. "O poder do PCC está aí, todo mundo viu." Também se mostrou favorável ao isolamento de líderes de facções.

Perfil
No sistema prisional, Catirse, 48, é visto como um servidor extremamente político, que ouve atentamente as reclamações, mas que demora muito para tomar atitudes.
Antes de assumir provisoriamente a pasta, Catirse, que tem 28 anos de carreira pública, dirigiu as penitenciárias de Araraquara, Campinas, Casa Branca e Itirapina. Ele começou como guarda de presídio.
O novo secretário colecionou desafetos quando esteve à frente de penitenciárias no interior. Funcionários do sistema dizem que ele sempre agiu com desconfiança em relação a agentes penitenciários. Mais de uma vez, segundo eles, chegou a obrigar funcionários a se despir durante a revista pessoal a que são submetidos diariamente.

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