A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira que o PMDB pode realizar eleições prévias para escolher o candidato do partido à Presidência da República. Os ministros da Corte votaram contra o posicionamento do ex-presidente do STJ Edson Vidigal, que manteve a decisão que havia suspendido a convenção realizada em 2004 e atos subseqüentes, como as prévias do último dia 19 de março.
Com isso, o STJ reconheceu hoje a validade da convenção de dezembro de 2004 do PMDB. Esse pleito determinou que o partido teria candidato próprio à Presidência na eleição de 2006. A decisão da Corte fortalece o pré-candidato do PMDB à Presidência, o ex-governador Anthony Garotinho. Defensor da candidatura própria, ele venceu as prévias do partido, que foram suspensas pelo STJ e transformadas em consulta informal.
Se quiser derrubar a candidatura própria, o PMDB terá agora de convocar uma convenção nacional e conseguir o voto de 2/3 dos convencionais. Em caso contrário, o partido terá mesmo de lançar um candidato. A legenda marcou uma convenção extraordinária para o dia 13 para homologar ou desistir da candidatura própria.
Entre os que rejeitam a candidatura própria está o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele defende que o PMDB fique livre para se coligar nas eleições e dessa forma eleger uma bancada maior no Congresso. Se lançar candidato, o partido ficará impedido de fazer alianças nos estados, por conta da verticalização.
O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), que também é da ala governista, disse hoje que a candidatura própria é página virada e está totalmente descartada pelo partido. "Tivemos de fazer uma escolha de Sofia. Ou mantínhamos a candidatura própria e prejudicaríamos vários candidatos nos estados ou abriríamos mão da presidência da República. Certamente abriremos mão da candidatura nacional", afirmou.
Não bastasse o impasse dentro do partido, o PMDB tem sofrido assédio do PT e do PSDB. O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) ofereceu hoje aos peemedebistas a vaga de vice na chapa do presidente Lula. O PSDB e PFL estariam estudando fazer a mesma oferta à legenda.