A Polícia Federal (PF) vazou hoje que irá indiciar o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci por prevaricação e denunciação caluniosa em razão do seu envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. A violação dos dados bancários do caseiro teve como objetivo desqualificar depoimento no qual ele desmentiu a afirmação que Palocci tinha dado à CPI dos Bingos: a de que jamais esteve na casa alugada em Brasília pela chamada república de Ribeirão Preto.
O ex-ministro já foi indiciado pela PF pelos crimes de quebra de sigilo funcional e violação de sigilo bancário. Segundo a Agência Reuters, os novos indiciamentos constam do relatório parcial que está sendo fechado pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes, que está a cargo da investigação. O documento deverá ser enviado à Justiça no próximo dia 19.
Para o delegado, Palocci prevaricou ao receber o extrato do caseiro das mãos do então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e não denunciar o fato às autoridades competentes (a PF e o Ministério Público). Ele também teria incorrido em denunciação caluniosa na medida em que solicitou ao Ministério da Justiça que acionasse a PF para investigar o caseiro, acusando-o de ter sido subornado para contestar seu depoimento à CPI dos Bingos.
Desse modo, a investigação da Polícia Federal caminha para um desfecho que não apenas deve inocentar inteiramente Francenildo quanto aumentar os problemas policiais de Palocci. Aparentemente, a PF acatou a versão do caseiro de que os recursos que apareceram em sua conta de poupança na CEF (mais de R$ 25 mil, somente entre janeiro e fevereiro deste ano) foram depositados por seu pai biológico.
Já Palocci ainda responde a inquéritos andamento em São Paulo, sob a responsabilidade do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil, sobre irregularidades que teria cometido como prefeito de Ribeirão Preto. A principal suspeita, confirmada por seu ex-assessor Rogério Buratti (um dos freqüentadores mais notórios da mansão de Brasília), é de que ele recebeu propinas mensais, no valor de R$ 50 mil, da empresa Leão Leão, fornecedora contratada pela prefeitura.