A Secretaria-Geral da Mesa não reconheceu a eleição do deputado Waldemir Moka (PMDB-MS) para a liderança da bancada e manteve o cargo vago, seguindo determinação anterior do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta-feira, Moka, que é da ala independente do partido, obteve 35 dos 44 votos dos deputados da bancada, mas, como não alcançou a maioria absoluta do partido (pelo menos 42 dos 83 votos), sua eleição não teve validade.
"A eleição não teve valor legal. O Regimento Interno diz que o líder deve ter a maioria absoluta", disse o deputado
Wilson Santiago (PMDB-PB), da ala governista. Santiago defendeu uma nova votação.
Moka, entretanto, rebate Santiago ao dizer que a eleição foi pelo voto secreto, mas não compareceu à reunião. "Ele assinou um documento, convocou a eleição e não foi. Mesmo assim, fizemos o quorum."
Há mais de um mês, Moka e Santiago brigam pela liderança do partido. No final do mês, uma liminar do STF suspendeu a lista de assinaturas que havia recolocado Santiago no cargo. A lista do governista tinha o apoio de 43 dos 82 deputados da bancada na época.
Santiago havia sido destituído da liderança depois de ter apoiado o adiamento das prévias do partido para escolher o pré-candidato à Presidência da República. O ato foi considerado uma traição da ala oposicionista do PMDB, que defende candidatura própria.
Com a destituição de Santiago, Moka tornou-se líder após obter o apoio, em lista de assinaturas, de 51 dos 82 deputados da bancada. Ao assumir o cargo, Moka teve como primeira iniciativa convocar uma eleição para confirmar sua liderança pelo voto secreto.