Inconformados com a aprovação do relatório final da CPI dos Correios, deputados e senadores do PT estão reunidos, neste momento, no gabinete do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), para preparar um recurso à Mesa Diretora do Congresso. O partido pretende contestar a votação do texto apresentado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Os petistas acusam o ex-líder do partido no Senado Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da comissão, de ter desrespeitado o regimento comum ao ignorar as questões de ordem levantadas pelos representantes do partido no colegiado a respeito da votação dos destaques ao relatório.
"Ele errou como presidente da CPI. Ninguém tem poder para descumprir o regimento. Ele poderia recusar as questões de ordem, mas caberia recurso ao plenário. Podíamos perder no texto-base mas ganhar nos destaques", disse Mercadante. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou que Delcídio teve um comportamento "autoritário, anti-regimental e incompatível com a presidência de uma CPI".
"Eu cumpri o regimento. Venceu o relatório do Osmar Serraglio. O PT apresentou um relatório paralelo e quando viu que perderia quis apresentar destaques? Isso não pode. O PT perdeu no voto. Não tenho o que fazer", defendeu-se Delcídio.
Completamente exaltado, o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) partiu, com o dedo em riste, para cima do senador petista ainda durante a sessão, cobrando lealdade do colega. Assim que o presidente declarou encerrados os trabalhos da CPI, Bittar foi além. Chamou Delcídio de "Judas", "filho da puta" e "canalha".
O senador petista disse que vai entrar com uma representação contra Bittar. "Ele me chamou de filho da puta. Vou entrar amanhã com uma representação no Conselho de Ética", afirmou Delcídio.