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Congresso em Foco
28/3/2006 | Atualizado às 10:41
A demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixou o presidente Lula na linha de frente dos ataques da oposição, que promete intensificar o cerco ao Palácio do Planalto. Os petistas reagiram com desconforto à revelação de que o ex-ministro havia recebido os extratos bancários do caseiro Francenildo Santos e optaram por um discurso cauteloso.
Líderes da oposição deixaram claro que o próximo alvo agora é Lula. A idéia é retomar as investigações sobre o contrato de Fábio Lula da Silva, filho do presidente, com a Telemar e as atividades ainda não esclarecidas do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
"O problema é Lula. Palocci é apenas a ponta do iceberg, mas o gelo já está corroendo por baixo o governo. Lula assumiu com o apoio do tripé Palocci, José Dirceu e Gushiken. Mas está conseguindo empurrar todos os amigos para o buraco e continua se equilibrando com o discurso autista de que nada sabia, de que estava nas nuvens. Deus queira que peça para sair e desista da reeleição", provocou o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA).
O líder do PTB, deputado José Múcio Monteiro (PE), saiu em defesa do presidente. "A oposição não tem argumentos para partir para cima do presidente Lula. Lamento profundamente o acontecido, mas não havia outra saída. Palocci estava numa situação muito incômoda. O importante é que nessa turbulência a economia continua crescendo", disse.
Um dos principais defensores do governo na Câmara, o deputado Mauricio Rands (PT-PE) não disfarçou a surpresa ao tomar conhecimento de que o presidente da Caixa Econômica, Jorge Mattoso, dissera à Polícia Federal que entregou o extrato bancário do caseiro a Palocci. "Que coisa! Meu Deus do céu! Mas acho que agora as coisas tendem a arrefecer para o presidente Lula".
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), foi econômico nas palavras ao comentar a saída de Palocci. "Quero aguardar e ter mais informações, devido à delicadeza do tema." O presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), considerou natural a substituição do ministro. "Nas condições criadas, o ministro Palocci fez o que se esperava. Pediu demissão do cargo quando sua presença tornou-se insustentável", declarou.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que havia defendido veemente o então ministro da Fazenda na semana passada, se disse surpreso com os desdobramentos do caso. "O desfecho foi surpreendente, sobretudo pelo que Palocci significa para a estabilidade econômica. Ele criou um porto seguro para investimentos internacionais. A solução foi rápida e isso ajuda. Mantega tem de criar soluções para reduzir os juros, retomar os investimentos e acertar a mão no câmbio", afirmou, ao comentar a escolha do novo ministro da Fazenda.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), defendeu que o sucessor de Palocci dê um sinal "firme e claro" de que os fundamentos da economia serão mantidos. O tucano citou como fundamentos a serem mantidos por Guido Mantega as metas de inflação, a não intervenção no câmbio e o superávit primário.
"O ministro da Fazenda foi destronado por um humilde caseiro. O governo Lula exorbitou terrivelmente e chegou ao extremo de, pela via do crime, tentar salvar um ministro. Espero que seu substituto seja firme para manter as metas de inflação, o câmbio flutuante e o superávit primário", disse Virgílio.
Os oposicionistas prometem não aliviar a pressão sobre o ex-ministro da Fazenda e o ex-presidente da Caixa. "Eles (Palocci e Mattoso) são candidatos a presidiários. Violaram o sigilo de um caseiro. A pena é reclusão de um a quatro anos", afirmou o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
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