O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), afirmou há pouco que desistiu de lutar pela validade jurídica da consulta informal realizada ontem, quando o partido escolheu o ex-governador do Rio Anthony Garotinho como candidato à presidência da República. Segundo o deputado, além do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, pré-candidato derrotado nesse domingo, outros peemedebistas poderão lançar sua pré-candidatura até junho.
"Isso serviu como um gesto político e um gesto político forte. Mas esse resultado não será levado à convenção. E qualquer outro peemedebista pode colocar seu nome à disposição do partido", afirmou Temer. O STF decide amanhã se a consulta informal teve validade jurídica.
Temer não descartou a possibilidade de o partido desistir da candidatura própria caso o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha a verticalização das coligações partidárias para as eleições de outubro. "Nós vamos examinar essa questão quando essa realidade estiver posta. Vamos esperar o Supremo definir a regra", disse.
O deputado anunciou que tentará barrar a convenção partidária marcada para 8 de abril, que teria sentido, segundo ele, somente se a prévia tivesse valor jurídico. "Não vejo mais razão dessa convenção", afirmou.
Com a medida, a ala que prega a candidatura própria ao Planalto tenta evitar um novo racha no partido. Apesar de ter vencido pela chamada "média ponderada", que dá peso maior aos votos dos estados nos quais o partido foi mais bem votado nas últimas eleições gerais, Garotinho recebeu, no geral, 3 mil votos a menos que Rigotto. Mas o governador do Rio Grande do Sul ainda tem outro problema para resolver: o prazo para ele desincompatibilizar do cargo para ser candidato à presidência da República vence no próximo dia 31.