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Congresso em Foco
1/3/2006 | Atualizado às 16:27
Após oito meses de investigação, a CPI dos Correios está próxima de confirmar a existência do mensalão. Técnicos, auditores e parlamentares que analisam os dados em posse da CPI concluíram o cruzamento de datas dos repasses dos recursos do valerioduto com as votações na Câmara e a migração de deputados para partidos da base aliada. Segundo o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), há coincidência entre as deliberações e os saques.
"Fizemos uma filtragem em todas as informações e agora tem muito mais consistência (a tese do mensalão). É triste", afirmou. "Há muita coincidência entre as datas dos saques e votações", completou o senador, em entrevista à Folha de S. Paulo. Nos últimos meses, a tese do mensalão perdeu força com a versão uníssona dos envolvidos no escândalo de que os recursos teriam sido repassados a partidos da base aliada para saldar dívidas de campanha eleitoral, e não para comprar apoio político no Congresso.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também confirma que pretende ratificar a existência do mensalão. "O estudo está praticamente concluído e há realmente uma coincidência que leva à confirmação do mensalão", disse Serraglio. O deputado passou o feriado de Carnaval trabalhando no relatório final da CPI, que terá mais de mil páginas.
Segundo Delcídio, a análise teria corrigido imprecisões nos levantamentos feitos anteriormente, quando algumas votações eram pinçadas pelos dois lados: pelos que queriam provar a existência do esquema e pelos governistas que pretendiam desconstruir a tese.
A 21 dias da apresentação do relatório final da CPI, Serraglio diz ainda precisar concluir quatro linhas de investigação. A primeira delas diz respeito à movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça, cujos dados sigilosos que estavam em poder da Justiça americana passam a ser analisados nesta semana por alguns dos integrantes da comissão.
A CPI dos Correios busca a origem dos recursos que abasteceram a conta do publicitário da vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002. Em depoimento à comissão, Duda admitiu ter recebido cerca de R$ 15 milhões em caixa dois no esquema de Valério. A segunda linha é a indicação de novos nomes de deputados que teriam recebido recursos do empresário mineiro e de corretoras que operavam investimentos de fundos de pensão. Outro ponto pendente é o caso Visanet, do Banco do Brasil, que teria alimentado o valerioduto com cerca de R$ 20 milhões.
Uma auditoria feita pelo próprio banco confirma a existência de irregularidades no contrato da Visanet com uma agência de publicidade de Marcos Valério, mas o texto, segundo Serraglio, tem informações que se contradizem. "Precisamos chegar mais claramente à Visanet", afirmou o relator, que ameaça convocar os diretores da instituição caso suas dúvidas não sejam sanadas.
A quarta linha de investigação, aponta Serraglio, é a que diz respeito aos desvios de conduta na escolha das franquias dos Correios. Integrantes da comissão afirmam que essas franquias gerariam prejuízo de R$ 1 bilhão aos Correios por conta da migração de contas de grandes clientes para essas agências. A estatal, porém, contesta os dados.
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