O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2005 teve uma expansão bem inferior à de 2004, quando alcançou 4,64%. No ano passado, o crescimento foi de apenas 2,3%. O PIB mede a soma das riquezas produzidas pelo país no período de um ano.
Conforme os dados divulgados hoje pelo IBGE, o PIB per capita - ou seja, o conjunto da renda gerada pelo Brasil dividido pelo total da população - teve um crescimento ainda mais medíocre em 2005: somente 0,8%.
A agropecuária cresceu 0,8%; a indústria, 2,5%; e o setor de serviços, 2%. O consumo das famílias teve alta de 3,1%, confirmando a trajetória ascendente iniciada em 2004. O consumo do governo ficou 1,6% superior.
No setor externo, as exportações de bens e serviços aumentaram 11,6%, e as importações tiveram alta de 9,5%, apresentando desaceleração em comparação com as taxas de 2004.
É pouco provável que a divulgação do PIB às vésperas do Carnaval seja mera coincidência. O governo, provavelmente, quis assim minimizar a repercussão negativa dos números, que ficaram muito abaixo das promessas de Lula na campanha eleitoral de 2002. Na época, ele disse que o Brasil cresceria em seu governo, em média, 5% ao ano.
De qualquer maneira, os resultados negativos devem reforçar as críticas à política monetária de Palocci e Meirelles. Priorizando o controle da inflação, ela impõe custos muito altos para a realização de investimentos privados - em razão dos juros elevados -ao mesmo tempo em que pressiona a dívida pública, significativamente ampliada pela necessidade do Tesouro Nacional de pagar um preço extremamente alto pelos títulos federais.