Em depoimento hoje na Sub-relatoria de Contratos da CPI dos Correios, o sócio da empresa Aeropostal Brasil Transportes Aéreos Ltda Roberto Kfouri negou que tenha viajado a Brasília, em 28 de junho de 2000, em companhia do ex-segurança da transportadora aérea Beta Lincoln Pereira Frade. Kfouri foi acusado por Frade de intermediar a entrega de 20 mil dólares (cerca de R$ 43 mil), a título de "propina", ao ex-diretor de Operações dos Correios Carlos Augusto de Lima Sena.
Diante da negativa de Kfouri, o sub-relator de Contratos da CPI, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), apresentou a ele a lista de passageiros de vôo da qual constavam os nomes de Kfouri e Frade. O depoente, então, desconversou. Ele não confirmou, mas também não negou que tenha estado com o ex-diretor dos Correios Carlos Sena.
O sub-relator também inquiriu Kfouri sobre o edital para licitação dos Correios de 23 de junho. Apenas duas empresas apresentaram proposta, conforme lembrou Cardozo: a Beta, onde Kfouri trabalhou até julho de 2001, e a Skymaster.
Outra irregularidade apontada por Cardozo foi a assinatura de um contrato entre a Beta e os Correios em setembro de 2001. Kfouri deixou a Diretoria de Operações da Beta em julho de 2001, mas confirmou ter assinado um termo aditivo de contrato dois meses depois. Kfouri argumentou que só assinou o contrato porque o termo era retroativo a 1º de julho.
Ao término do depoimento, José Eduardo Cardozo disse que Kfouri poderá ser chamado em outra ocasião, sem a necessidade de aprovação de um requerimento, para dar mais esclarecimentos à Sub-relatoria.