Os participantes da reunião em andamento no Ministério do Trabalho para discutir o reajuste do salário-mínimo - reunião feita entre as centrais sindicais e o governo - conseguiram chegar a um meio-termo. Os sindicalistas, que queriam que o novo salário mínimo de R$ 350 fosse pago em março, e o governo, que previa o pagamento em maio, escolheram o mês de abril como data para aplicar o novo valor. A reunião está interrompida até as 16h30, para que os ministros que participam da reunião apresentem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta intermediária.
Caso o governo e sindicalistas fechem acordo neste valor, eles ainda terão de negociar a correção da tabela do imposto de renda. Os sindicalistas levaram 10% como proposta, mas admitem que aceitam 8,5%, para evitar que os trabalhadores que tiveram reajuste nesse percentual paguem mais imposto. O governo insiste em 7%.
Segundo cálculos do governo, o aumento do mínimo para R$ 350 a partir de maio custará R$ 4,6 bilhões aos cofres públicos. A correção da tabela do IR em 7% terá impacto de R$ 900 milhões no Orçamento da União.
A reunião de hoje é a quarta rodada de negociações entre os sindicalistas e o governo. Participam da reunião os ministros Luiz Marinho, do Trabalho, Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, e Carlos Gabas, interino da Previdência. Embora a reunião estivesse na agenda do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ele não participa do encontro.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, lembrou que, em um ano eleitoral, interessa ao governo fechar um acordo com as centrais sindicais. "Está fácil para o governo fazer acordo conosco. É bom para o governo num ano eleitoral, para quem disse que ia dobrar o salário-mínimo e não vai dobrar. Vai apanhar da oposição, mas vai apanhar menos", afirmou.