O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Paulo Sérgio Carvalheiro, informou à Sub-Relatoria de Normas de Combate à Corrupção da CPI dos Correios que, entre 1998 e 2005, o órgão oficial instalou 108 processos de investigação sobre o Banco Rural e o BMG. Carvalheiro não revelou, porém, as irregularidades que foram constatadas, e muito menos as soluções encontradas para corrigi-las.
O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), quis saber sobre as 17 vezes em que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza esteve no BC entre 2003 e 2005. Carvalheiro respondeu que, em 2003, Valério compareceu à instituição, juntamente com o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), para discutir um projeto de autonomia do Banco Central. Depois disso, lembrou Carvalheiro, Valério retornou sozinho ao BC para discutir a abertura de um banco com recursos de entidades sindicais. Em uma terceira ocasião, Marcos Valério teria se reunido com o diretor de Fiscalização para tratar da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. "Eram conversas rápidas", resumiu Carvalheiro.