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Congresso em Foco
20/5/2008 | Atualizado às 7:23
Eduardo Militão
O Psol vai fazer mais uma representação contra um parlamentar nos próximos dias. O partido vai denunciar o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) ao Conselho de Ética do Senado por conta dos grampos telefônicos em que ele é flagrado pedindo para uma desembargadora negar liminar que contrariava os interesses de um município controlado por seu aliado. A liminar foi negada pela magistrada, conforme pediu o tucano.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) justifica por que sua legenda vai representar contra Marconi Perillo e contra o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), citado em grampos da Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. “São situações muito graves e o partido tem a obrigação de fazer as representações”, afirmou ele ao Congresso em Foco, na noite de ontem (19).
Chico diz que o partido pretende ingressar com a denúncia contra o tucano amanhã (21), juntamente com a denúncia contra Paulinho, mas admite deixar a representação para a semana que vem para embasar melhor a acusação. “Estamos recebendo documentos do Ministério Público sobre o caso dele. A nossa assessoria jurídica está estudando”, afirmou.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), não foi localizado pela reportagem, mas seus auxiliares disseram que a pauta do colegiado está livre. “Há apenas documentos, outros expedientes, denúncias anônimas”, comentaram.
Prefeito aliado
Segundo transcrições de um grampo telefônico feito pela PF e transcrito pela revista Época, Perillo telefonou, em dezembro de 2006, para a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco. Ele avisa que uma ação contra a prefeitura de Itumbiara, dirigida pelo aliado político José Gomes da Rocha, tinha sido distribuída para o gabinete da magistrada. Antes de explicar, ele é interrompido pela desembargadora, que ontem (19) assumiu o cargo de presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás.
“O problema é o seguinte, o interesse é conceder ou negar a liminar? Contra, né?”, questiona Beatriz. “Negar. Negar”, responde Perillo, segundo a transcrição dos diálogos.
A liminar contra o município foi rejeitada depois da conversa. Em jogo, estava uma partilha de impostos que garantiria a Itumbiara uma receita extra de R$ 30 milhões, segundo Época. A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a abertura de inquérito sobre o caso.
Só manchetes
A assessoria do senador goiano desqualificou a futura representação do partido de Chico Alencar: “O Psol vive dessas denúncias, que rendem notícias e manchetes, mas não prosperam”. Os auxiliares do tucano lembram que os fatos aconteceram antes de o parlamentar assumir seu mandato, o que impediria o Conselho de apurar os fatos.
Os assessores do senador argumentam que a conversa não registra nada de antiético ou de ilegal, como um suposto tráfico de influência. “O senador não pediu para favorecer uma pessoa, mas uma cidade de 70 mil habitantes. Ele estava defendendo uma causa pública. Ele fez isso e vai continuar fazendo.”
A assessoria de Perillo diz que ele não pode ser acusado de tráfico de influência porque a lei diz que isso significa obter vantagens valendo-se dos cargos ocupados. A conversa ocorreu em dezembro de 2006, dois meses depois de ele ter sido eleito senador e quando já estava fora do governo de Goiás. “O Marconi Perillo era um ‘ninguém’”, afirmou a assessoria.
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