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Congresso em Foco
24/10/2007 | Atualizado às 17:49
O relator da CPI do Apagão Aéreo do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), leu hoje seu parecer. No início da sessão, o senador disse que chegou à conclusão de que “uma quadrilha tomou conta da Infraero.”
Segundo ele, duas máfias agiam no esquema de desvio de recursos da entidade. Uma delas seria comandada pelo deputado Carlos Wilson (PT-PE) e atuava em Petrolina (PE) e Curitiba (PR). Clique aqui para ver a síntese do relatório final.
Demóstenes citou como embriões da crise aérea a criação de um ministério da Defesa "fraco"; a retirada do controle da aviação civil da Aeronáutica "desacompanhada de uma coordenação eficiente"; a corrupção na Infraero; a falta de investimentos e a falta de valorização dos profissionais.
Quanto à corrupção na Infraero, o senador garantiu que encontrou indícios de fraudes, desvios e irregularidades na estatal. “A estimativa de desvio é de R$ 500 milhões, mas pode ser muito mais”, disse.
Durante a explanação oral, o parlamentar pediu o indiciamento de 21 funcionários da empresa e dois da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“A estrutura da Anac é muito ruim”, avaliou. Quanto ao comportamento da agência, acrescentou, “é evidente o favorecimento às empresas aéreas".
Segundo o parlamentar, não foram investigadas as empreiteiras, chamadas por ele de “o braço corruptor” do esquema. “Se elas fossem investigadas, o trabalho seria muito mais longo”. As investigações, no entanto, deverão continuar a ser feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
A Infraero é responsável por administrar 67 aeroportos, 80 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística de carga no país.
Divergência
O relatório não chegou a ser votado hoje devido ao pedido de vistas do senador João Pedro (PT-AM). O petista questionou que o deputado Carlos Wilson tenha sido colocado como chefe da quadrilha na Infraero. "Não acredito que um homem que tem mais de 30 anos de vida pública venha a sujar essa história em três anos de gestão na Infraero", disse João Pedro.
Em resposta, o senador Demóstenes Torres afirmou que seu parecer foi técnico e que existem fatos contra o deputado. De acordo com o relator da CPI, Carlos Wilson só não foi convidado a depor devido a seu estado de saúde. "Fui informado que ele tem um câncer e seu estado é grave, então preferi minimizar seu sofrimento", alegou Demóstenes.
"Se membros da CPI querem fazer um julgamento político eu não sei, mas foi um trabalho absolutamente técnico o que eu fiz", garantiu o senador goiano. (Rodolfo Torres e Soraia Costa)
Matéria pubicada às 14h20. Atualizada às 17h40.
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