Marcos Valério é acusado de sonegar R$ 54,7 milhões

Reportagem publicada neste sábado (13) no jornal O Estado de S.Paulo mostra que a Justiça Federal instaurou ação penal por sonegação fiscal contra Marcos Valério e seus ex-sócios na agência de publicidade DNA Propaganda. Valério é acusado de ser um dos principais operadores do mensalão, esquema de pagamento de propina a parlamentares no primeiro mandato do presidente Lula.

Segundo a reportagem de Eduardo Kattah, a denúncia do Ministério Público Federal mostra que o grupo sonegou R$ 54,7 milhões de tributos entre 1999 e 2002 por omissão de informações ou declarações falsas à Receita Federal. "No auge do escândalo, em julho de 2005, a Polícia Civil flagrou queima de notas fiscais da DNA", relembra a matéria.

Também são réus na mesma ação, de acordo com a reportagem, os publicitários Francisco Marcos Castilho, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Mello Paz, o contador Marco Aurélio Prata e seu irmão, o policial civil aposentado Marco Túlio Prata, além da mulher de Marcos Valério, Renilda Maria Santiago Fernandes. Os seis também são acusados de uso de documento público falso e formação de quadrilha.

A ação foi distribuída, diz a matéria, no último dia 22 e tramita na 9ª Vara Federal, em Belo Horizonte. "Cristiano Paz, fundador da SMPB Comunicação - outra agência publicitária mineira envolvida no escândalo -, foi incluído entre os réus por ser representante da Graffiti Participações, parte da sociedade da DNA", explica a reportagem.

O advogado Marcelo Leonardo, que representa Valério e sua mulher, disse ao jornal paulista que seus clientes não foram citados e, portanto, não se pronunciariam. "Castilho afirmou que não foi informado oficialmente da ação e a DNA só continua ativa por causa dos problemas judiciais", diz o texto. O publicitário, segundo a matéria, comanda agora nova agência na capital mineira, a Bárbara Comunicação. Valério, segundo o seu advogado, continua “atendendo” em seu escritório, na zona sul de Belo Horizonte. O jornal diz  não ter conseguido localizar os outros réus ou seus representantes. (Lúcio Lambranho)