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Congresso em Foco
31/5/2007 | Atualizado às 14:23
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse hoje (31) que não irá comentar a suspeita de envolvimento de seu secretário da Fazenda, Simão Cirineu Dias, com o esquema da construtora Gautama, acusada de comandar a máfia das obras desbaratada na Operação Navalha.
"Não tenho que comentar sobre esse assunto, por uma única razão: isso não tem absolutamente nada ver com o governo de Minas Gerais ou com o estado de Minas Gerais", disse o governador, ao chegar para a abertura da Superagro 2007, em Belo Horizonte.
Conforme revelou ontem o Congresso em Foco, a Polícia Federal suspeita que Simão tenha sido um dos elos entre a Gautama e a Secretaria do Tesouro Nacional, órgão do Ministério da Fazenda, enquanto esteve à frente da Secretaria de Planejamento do Maranhão, no governo de José Reinaldo Tavares (leia a reportagem).
Questionado se pretendia afastar o secretário durante as investigações, Aécio reafirmou que não tinha nada a comentar sobre o assunto. O governador disse que Simão chegou a seu governo na condição de um dos mais renomados técnicos da área financeira do país. "Vamos com muita tranqüilidade aguardar o término das investigações", disse o tucano à Agência Estado.
Ontem, por meio de sua assessoria, Aécio já havia dito ao Congresso em Foco que não comentaria o assunto porque desconhecia as referências feitas ao seu auxiliar no inquérito da Operação Navalha. Em carta enviada à noite a este site, Simão nega qualquer envolvimento com irregularidades e diz que não pode ser responsabilizado por licitações e pagamentos que não realizou (leia a íntegra).
Grampos telefônicos
O atual secretário do governo de Minas é citado sete vezes nos grampos telefônicos da PF. Os diálogos revelam proximidade e cooperação entre funcionários da Gautama no Maranhão, um assessor do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e Simão, na época, secretário de Planejamento do estado.
O elo para a liberação de recursos em favor de obras da empreiteira, segundo relatório da Polícia Federal, seria Roberto Figueiredo Guimarães, ex-presidente do Banco Regional Brasília (BRB), preso no último dia 17. Simão e Roberto foram colegas na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) nos anos 1990.
Roberto Guimarães foi contratado pela Casa Civil do governo maranhense no dia 10 de fevereiro de 2006 como consultor financeiro. O contrato, no valor de R$ 514.250,00, foi liberado sem licitação, conforme documentação anexada ao inquérito da PF. Na época, Simão era o secretário de Planejamento.
Em outro ponto do inquérito relacionado às fraudes nas construções de pontes no estado nordestino pela Gautama, a PF inclui o secretário de Fazenda de Minas Gerais entre os agentes públicos que, por terem ocupado outros cargos na administração federal, poderiam ter atuado em favor da construtora (leia).
Indícios de corrupção
Relatório da Operação Navalha ao qual este site teve acesso ontem (30) revela que a PF viu indícios de fraude e corrupção passiva em atos do atual secretário da Fazenda de Minas Gerais no período em que ele esteve à frente da Seplan do Maranhão. O texto, no entanto, não detalha que atos seriam esses.
Trata-se de um relatório do Inquérito 544-BA, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), enviado no dia 19 de outubro de 2006, à 2ª Vara da Justiça Federal da Bahia pelos delegados da PF Andréa Tsuruta e Antônio de Pádua Vieira Cavalcanti.
Mais contundente do que nas citações anteriores, o relatório inclui o nome de Simão no rol dos agentes públicos do governo do Maranhão que teriam favorecido a construtora de Zuleido Veras, acusado de liderar a organização responsável por fraudes em obras públicas em seis ministérios, quatro estados e duas prefeituras.
O nome dele aparece na relação dos agentes públicos contra os quais PF viu “indício de participação de corrupção passiva e fraude à licitação”. O relatório lista um grupo de funcionários que teriam agido em favor da Gautama ”em troca de recebimento de vantagem pecuniária ilícita, pagas por Zuleido e seus prepostos” (leia mais). (Edson Sardinha e Lúcio Lambranho)
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