Eleição na Câmara:candidatura alternativa é articulada

Embalados pelo mesmo grupo que barrou o aumento de salários dos parlamentares nos últimos dias de 2006, deputados "dissidentes" e insatisfeitos com os rumos de suas legendas em cinco partidos (PPS, PV, PSB, PSDB, PMDB) incluindo o PT, estão em articulação abertamente uma candidatura alternativa à presidência da Câmara.    

Os nomes dos articuladores, que em sua maioria se reunirão na capital paulista na tarde da próxima segunda-feira (8), são os seguintes: Gustavo Fruet (PSDB-PR); Carlos Sampaio (PSDB-SP); o recém eleito José Aníbal (PSDB-SP); o ex-ministro da Educação também eleito nessa legislatura, Paulo Renato de Souza (PSDB-SP); Luíza Erundina (PSB-SP); Júlio Delgado (PSB-MG); Osmar Serraglio (PMDB-PR); Fernando Gabeira (PV-RJ); Arnaldo Jardim (PPS-SP), eleito nas últimas eleições; Raul Jungmann (PPS-PE); além dos petistas Válter Pinheiro (PT-BA) e José Eduardo Cardozo (PT-SP).     

Os nomes mais fortes para emplacar uma candidatura alternativa, até agora, são os de José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), ambos com possibilidades de atrair apoio dentro de suas bancadas com o maior número de deputados. Cardozo foi preterido como um dos candidatos do seu partido numa disputa interna com Arlindo Chinaglia (PT-SP). Correm por fora, por enquanto, segundo apurou o Congresso em Foco, Fernando Gabeira (PV-RJ) e Paulo Renato de Souza (PSDB-SP). 

Confiantes no prestígio que têm junto à população, esses deputados têm a idéia de que nem o atual presidente, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), nem muito menos o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não poderão melhorar a imagem da Casa.

A desconfiança maior, segundo o deputado Raul Junggmann (PPS-SP), é no caso de Chinaglia, lastreado, segundo ele, por apoios "nada republicanos" do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. "Não existe só um espaço e sim o boqueirão com insatisfações em quase todos os partidos com esses dois candidatos", acredita o deputado pernambucano. "Na órbita de Chinaglia estarão principalmente os mensaleiros e também os sanguessugas", dispara Jungmann. (Lúcio Lambranho)