O deputado federal José Heleno da Silva (PL-SE) oficializou no dia 7 de agosto a desistência das eleições deste ano. O motivo, segundo ele, foram as denúncias de envolvimento na máfia das ambulâncias. "Tenho uma filha, uma esposa e uma mãe. A minha família, que viu o meu nome estampado no Jornal Nacional como criminoso, não está preparada para enfrentar as calúnias dos meus adversários", disse o deputado.
O parlamentar afirmou ainda que a renúncia é um atestado de que não precisa de um mandato, praticamente garantido, para provar a inocência. Na igreja, disse ele, ouvia de pastores: "prove que você não tem amor e nem apego ao mandato".
José Heleno comentou também que não teve qualquer tipo de participação no esquema dos sanguessugas, mas admitiu que três assessores do gabinete dele teriam recebido dinheiro do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam.
De acordo com o deputado, Brasília não é um lugar honesto. "Todo tempo tem alguém oferecendo algum tipo de vantagem. Os lobistas estão por toda parte e nós entramos nessa de gaiato", afirmou.
Por fim, o deputado destacou que vai provar para toda a sociedade e aos adversários que não teve participação na máfia. "O jogo da política é muito sujo, mas vou continuar na luta e vou provar que não sou bandido e não roubo o dinheiro do povo", disse.
José Heleno começou a vida pública como deputado estadual, em 1999, e logo em seguida, tornou-se deputado federal, em 2003. Ele também exerceu o cargo de presidente da executiva regional do PL em Sergipe, em 1999, e de vice-líder do partido entre julho e outubro de 2005.