Em sua manchete deste sábado, o jornal O Globo diz que, além do esquema coordenado pela Planam, da família Vedoin, outras três quadrilhas disputavam o apoio dos parlamentares para o apoio a emendas que permitiriam superfaturar vendas para o governo.
Segundo o jornal, um dos donos da Planam, Luiz Antônio Vedoin disse, em depoimento à Justiça de Mato Grosso, que "uma emenda do deputado Almir Moura (PFL-RJ) que vinha sendo negociada com ele em troca de propina foi redirecionada para uma empresa concorrente: Médica Engenharia de Veículos".
Conforme a reportagem, Vedoin acusou Adarildes Moraes Costa, que foi funcionário de seis gabinetes de deputados, de ter intermediado a transação. A Médica, de acordo com o empresário, "ocupava a posição de operadora do esquema no PL".
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) completou que o pai de Luiz Antônio, Darci Vedoin, chegou a reclamar que a competição com outros esquemas ilegais estava prejudicando a Planam.
"Ele nos disse que, em virtude da concorrência, o mercado havia ficado difícil, que eles tinham cada vez menos lucros. Também contou que o peso das propinas era tão grande que estava tornando o negócio inviável", afirmou Gabeira ao jornal.
Enquanto isso, continua a interminável e cada vez menos compreensível dança dos números relativos ao total de parlamentares investigados por envolvimento com a chamada máfia dos sanguessugas, que operava sobretudo na área de compras (com recursos federais) de ambulâncias para prefeituras municipais.
Segundo a edição de hoje da Folha de S. Paulo, "o número de parlamentares e ex-parlamentares envolvidos no esquema de propina na compra de ambulâncias por prefeituras já chega a 127".