Em depoimento à CPI dos Sanguessugas, o delegado da Polícia Federal e o procurador Mário Lúcio Avelar disseram que os ex-ministros da saúde
Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB) não estão envolvidos com a máfia das ambulâncias. O depoimento está sendo reservado e já dura três horas.
Parlamentares que estavam presentes no plenário da comissão afirmaram que o delegado e o procurador foram categóricos ao afirmar que os nomes dos ex-ministros não apareceram em nenhum momento das investigações.
Na lista com nomes dos parlamentares envolvidos no escândalo apresentada por Tardelli e Avelar à CPI, constam os nomes dos deputados Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL), ambos membros da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
O esquema
No depoimento, o delegado e o procurador estão mostrando aos parlamentares como funcionava o esquema da máfia das ambulâncias. O braço da quadrilha no Ministério da Saúde era a ex-assessora Maria da Penha Lino, que liberava o dinheiro para as emendas.
Mas, antes de tudo, a quadrilha identificava os municípios que receberiam as emendas destinadas à compra de ambulâncias. Depois disso, os dirigentes da Planam saíam a campo para aliciar parlamentares, que por sua vez apresentavam emendas ao Orçamento.
O próximo passo era fraudar o processo de licitação nos municípios para a compra das ambulâncias.
A estratégia era limitar o valor a R$ 80 mil para que as empresas pudessem ser escolhidas por meio de carta convite. Como as ambulâncias custavam R$ 120 mil, a diferença vinha por meio de outra licitação forjada. Por fim, o último passo, era a compra dos veículos, vendidos a preços superfaturados.