Sem acordo para costuras com partidos da base aliada, o presidente Lula vai anunciar sua candidatura à reeleição, neste sábado, dia 24, sem um vice para a chapa da disputa presidencial de outubro. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que dificilmente até o final da semana as articulações para definir quem irá compor a chapa com Lula serão concluídas.
Três nomes cotados estão cotados para a vaga: o atual vice-presidente, José Alencar (PRB); o presidente nacional do PSB, deputado Eduardo Campos (PE); e o ex-ministro Ciro Gomes (PSB). "Pode ocorrer de se decidir até sábado, mas na minha opinião até o fim de semana não será resolvido. Não sei qual está mais próximo de ser (o vice)", disse o ministro.
A legislação eleitoral determina que até o dia 30 de junho os partidos definam como irão se comportar nas eleições. No PT se tentou até o último momento que Lula já anunciasse a candidatura com o nome do vice, como Geraldo Alckmin (PSDB), que terá José Jorge (PFL-PE) na chapa. Mas o consenso entre os partidos não avançou.
A Executiva Nacional do PSB se reúne amanhã, em Brasília, para discutir o assunto. Uma ala do partido resiste na aliança formal com Lula, o que prejudicaria as coligações nos Estados por conta da verticalização.
Ontem o presidente se reuniu com a coordenação política do governo e determinou que fossem estudadas medidas para que a partir da próxima semana - quando oficialmente ele será candidato - haja maior cautela com relação à sua agenda.
Na saída do encontro, Tarso afirmou que o presidente manterá agenda de trabalhos político-administrativos durante a semana e cumprirá compromissos de campanha no fim de semana, "caso confirme sua candidatura". Questionado se essa não era uma forma de o presidente explicitar a intenção de disputar a reeleição, o ministro respondeu sem pestanejar: "praticamente".