O senador Almeida Lima (PMDB-SE) começou nesta quarta-feira a coletar assinaturas para a criação de uma nova CPI no Senado que terá como foco o presidente Lula. A CPI deverá investigar, como assuntos principais, as ligações entre Lula e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e as relações da Telemar com Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente.
Até agora, seis senadores assinaram o requerimento pedindo a abertura da CPI. São eles: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heloísa Helena (PSOL-AL), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Mão Santa (PMDB-PI) e João Batista Motta (PSDB-ES). "Comecei a colher hoje as assinaturas. Acho que até a próxima semana vamos conseguir as 27 necessárias", disse Almeida Lima.
Caso a oposição consiga as assinaturas necessárias, a CPI terá 180 dias para fazer as investigações. Se for iniciada em abril, os resultados serão divulgados em outubro, ou seja, em plena campanha eleitoral. A oposição é maioria na Casa.
Além de Okamotto e do filho do presidente, a CPI também poderá investigar a origem e destinação do dinheiro encontrado na cueca de um ex-assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino. José Adalberto Vieira Silva foi flagrado na sala de embarque do aeroporto de São Paulo com dinheiro escondido na cueca e numa mala.
Outro objeto da CPI será a existência de tráfico de influência de familiares do presidente Lula na intermediação de demandas de empresários nas estatais federais e órgãos da administração pública federal.
Para Almeida Lima, a CPI não pode ser descartada só porque este é um ano eleitoral. "O ano eleitoral não pode ter características diferentes dos outros anos. Se for assim, vamos trabalhar um ano sim e outro não, já que temos eleições a cada dois anos", disse.