Um dos alvos do relatório final da CPI dos Correios, o Banco do Brasil reagiu ontem às acusações contra a instituição no texto do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da comissão que apresentou, anteontem, os resultados das investigações.
Numa nota curta à imprensa, o banco estatal "repudia" as conclusões dos trabalhos, consideradas "inconsistentes", e avisou que vai encaminhar um pedido de alteração ao relatório, "com o objetivo de retificar eventuais inconsistências".
O BB, por meio da Visanet - cartão de crédito cujo principal acionista é o banco estatal - é acusado de ter sido um dos principais financiadores dos recursos do mensalão. Segundo o relatório, a agência de publicidade DNA e o empresário Marcos Valério ganharam R$ 23,9 milhões de forma irregular, com a determinação do BB de que a Visanet antecipasse o repasse de recursos.
Veja a íntegra da nota do Banco do Brasil:
Banco do Brasil divulga nota sobre Relatório da CMPI
O Banco do Brasil, em respeito aos acionistas, clientes, funcionários e à opinião pública, a propósito da divulgação do Relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI dos Correios), informa que considera prematuras as conclusões daquele documento, principalmente por admitir a conivência da Diretoria do Banco com eventuais atos ilícitos.
Desde o início dos trabalhos da CPMI, o BB sempre colaborou com as autoridades na investigação de quaisquer irregularidades, não apenas com o fornecimento tempestivo de dados e apoio de técnicos, como dispondo-se a esclarecer prontamente todas as dúvidas suscitadas na apuração dos trabalhos.
Por iniciativa do Banco do Brasil foram tomadas várias providências corretivas e preventivas, como suspensão de campanhas de propaganda, rescisão de contratos, auditoria interna nas ações de marketing, revisão de processos e reestruturação da Diretoria de Marketing e Comunicação. Algumas dessas iniciativas, como a suspensão dos adiantamentos ao Fundo Visanet e revisão de todo esse processo, aconteceram a partir de setembro de 2004, muito antes, portanto, da vigência da CPMI dos Correios.
O Banco do Brasil não apenas repudia as conclusões do Relatório, ainda não aprovado, como irá encaminhar petição àquela Comissão, solicitando que sejam feitas alterações no texto final do Relatório, com o objetivo de retificar eventuais inconsistências.
Brasília, 30 de março de 2006.