O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) recebeu com "estranheza e indignação" a notícia de que o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) citou, em seu relatório final da CPI dos Correios, a campanha política à reeleição em 1998 e pediu seu indiciamento por crime eleitoral.
Azeredo classificou a citação do seu nome como "claramente política" em nota divulgada por ele hoje. De acordo com a nota, se não fosse perseguição, o presidente Lula também deveria ser indiciado por crime eleitoral, já que também financiou sua campanha com depósitos de dinheiro em contas fora do Brasil.
"Não aceito o critério político pelo qual uma campanha, cuja declaração de gastos foi de R$ 8,5 milhões, seja considerada criminosa, enquanto outras, de contas bem mais 'modestas', não são sequer investigadas. Para citar um caso, a campanha presidencial de Lula, naquele mesmo ano de 1998, teve custos declarados de apenas R$ 2,97 milhões", afirmou o senador.
O tucano descreveu as razões pelas quais o relatório causou-lhe "estranheza":
"1) o próprio relator admitiu em outros momentos que, se crime houvesse, já estaria judicialmente prescrito. 2)quando compareci espontaneamente à CPI dos Correios afirmei e comprovei, com documentos, que não avalizei, autorizei ou assinei o empréstimo que gerou recursos para aquela campanha. À época, dediquei-me com exclusividade às viagens pelo estado ao trabalho no governo, portanto, sequer tive conhecimento de tal operação, feita entre agência de publicidade e estabelecimento bancário. Esse fato foi mais tarde confirmado pelo coordenador financeiro da campanha, senhor Cláudio Mourão, em depoimentos à CPI, ao Ministério Público e à Polícia Federal. 3) o Conselho de Ética do Senado, reconhecendo os fatores jurídicos e morais da questão, arquivou pedido de abertura de processo contra mim", argumentou Azeredo.