Auditoria feita pela Brasil Telecom constatou que a empresa de telecomunicações repassou recursos para as agências de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza sem a devida prestação de serviços. Essas transações, segundo a auditoria, ocorreram de forma inusitada: contratações paralelas ou ordens diretas da então presidente da Brasil Telecom, Carla Cicco, levada à empresa pelo banqueiro Daniel Dantas.
Os auditores da CPI dos Correios questionaram os pagamentos feitos pela Brasil Telecom às agências DNA e SMPB, de Valério. As duas empresas não tinham as contas de publicidade da empresa de telecomunicações - quem cuidava da conta era o publicitário Duda Mendonça.
A auditoria da empresa contesta, ainda, a prestação e a qualidade dos serviços de publicidade. Os técnicos da empresa disseram que as campanhas publicitárias nem sequer foram utilizadas, tal seria a falta de qualidade.
Apesar disso, Carla Cicco determinou, em maio de 2005, a contratação das empresas de Valério para prestarem serviços, em contrato de R$ 50 milhões. Antes disso, a DNA e SMPB eram sub contratadas, ou seja, prestavam serviços às empresas formalmente contratadas.
Na auditoria, constatou-se que R$ 4,4 milhões de recursos da Brasil Telecom foram usados por Valério para fazer caixa. Desse total, há uma parcela de R$ 824 mil que deveria, mas não foi paga à empresa oficial de publicidade e R$ 3,6 milhões que foram adiantados para a prestação de serviços feitos um ano depois. O dinheiro, posteriormente, foi enviado para o exterior por intermédio de tradings.
Além das irregularidades apontadas pela auditoria, a CPI dos Correios identificou diferenças entre os pagamentos feitos pela Telemig Celular e Amazônia Celular e os serviços prestados pelas empresas de Valério. Os integrantes da comissão enviaram ofício às empresas com pedido de explicações.