Uma denúncia nova, publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo, pode complicar ainda mais a situação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O jornal indica que a Santorine Comercial e Distribuidora Ltda. recebeu R$ 795,7 mil da campanha a presidente de 2002 do então candidato Lula a título de "propagandas e publicidade".
A informação consta da prestação oficial do candidato, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2002. O PT informou que o pagamento aconteceu por conta da "fabricação de 267.500 faixas plásticas e 675.000 bandeirinhas" para a campanha. O partido apresentou notas fiscais para comprovar que o serviço foi feito.
O detalhe é que a Santorine não é especializada em serviços de propaganda, e tem como objeto social declarado o ramo de atacadista de alimentos e bebidas. Além disso, todas as pessoas registradas como sócias da empresa negaram qualquer participação com a mesma.
O valor pago à Santorine corresponde a cerca de 10% do que o PT informou oficialmente ao TSE ter gastado com a agência de Duda Mendonça para fazer a campanha presidencial - foram R$ 7,080 milhões. "Ou seja, uma empresa pouco conhecida, criada originalmente para outra finalidade e com sócios que dizem não saber que eram donos da companhia, recebeu quase R$ 800 mil da campanha do presidente", acusa a reportagem.
A Santorine foi criada em abril de 2000 e encerrou suas atividades em fevereiro de 2003, quatro meses depois das eleições. Nos registros da Junta Comercial do Estado de São Paulo e da Secretaria Estadual da Fazenda, ela anota dois endereços, em Campinas (SP).