Em depoimento à CPI dos Correios, o ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho afirmou que não se recorda de empréstimos feitos à agência de propaganda DNA, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, em 1998. A reunião da CPI dos Correios encerrou-se há pouco.
O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) tentou demonstrar que os empréstimos feitos à empresa de publicidade DNA em 1998, no valor de R$ 9 milhões, teriam sido direcionados para a campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais. Com isso, o petista tentou demonstrar que a oposição também teria se valido do valerioduto e financiado a campanha eleitoral com recursos de caixa dois.
Como garantia de empréstimo, a agência apresentou contratos de publicidade com a Secretaria de Comunicação do Estado de Minas. O deputado do PT mato-grossense lembrou que o saldo desse empréstimo era de R$ 13 milhões, mas só foram pagos R$ 2 milhões em abril de 2003 por acordo judicial, e que, até então, nunca tinha sido feito amortização do empréstimo.
Godinho respondeu que só tomou conhecimento desses empréstimos pela imprensa. Abicalil achou estranho que Godinho só tenha memória para os fatos que ocorreram entre 2003 e 2004, já que ele chefiava a área de compliance desde 2001. Essa área é encarregada de garantir o cumprimento das normas exigidas pelo sistema financeiro. Godinho observou, no entanto, que a área só começou a ser implantada e gerar relatórios no final de 2003.
Pouco antes, Godinho afirmara à CPI ter certeza de que o motivo pelo qual foi convidado a se demitir da instituição foram os relatórios que produziu sobre as movimentações da agência de publicidade SMP&B, também de propriedade de Marcos Valério.