O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje, em seu depoimento à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que um esforço fiscal firme permite mais investimentos no campo social. "A construção do equilíbrio fiscal dá mais sustentabilidade para gastos na área social", afirmou, em resposta a pergunta do deputado Wasny de Roure (PT-DF). O ministro frisou que, conforme o governo consegue conter a dívida externa, a curva de investimentos em programas, como o Bolsa-Família, aumenta.
Na audiência, Palocci afirmou que o superávit primário, que é a definição de toda a economia do governo para quitar juros da dívida externa, dá mais segurança para que os investidores estrangeiros aceitem comprar títulos do Tesouro com juros menores, o que aumenta a confiança dos mercados na economia do Brasil. Palocci explicou que o esforço fiscal mais elevado permite ao investidor notar que há uma diminuição da dívida brasileira em médio prazo. O ministro lembrou ainda que o fato de o Brasil ter cumprido a meta de superávit de 5% para este ano ainda em outubro permitiu algumas conquistas no mercado externo, como a venda de títulos da dívida em reais.
"Os países que não vendem títulos em moeda nacional não são bem vistos pelos investidores", afirmou. Segundo o ministro, o esforço fiscal pode gerar a diminuição dos juros nos próximos meses, já que os investidores exigem uma taxa maior para adquirirem os títulos do Tesouro Nacional. Hoje, a taxa básica de juros, a Selic, está em 19% ao ano - considerada uma das maiores do mundo.