O ex-presidente dos Correios Hassam Gebrim negou há pouco, em depoimento à sub-relatoria de Contratos da CPI que investiga a estatal, ter conhecimento de esquemas de corrupção montados dentro da empresa durante a sua gestão. Gebrim foi acusado de articular licitações fraudulentas pelo ex-diretor de Contratação dos Correios Maurício Marinho.
Nos esclarecimentos iniciais, Gebrim disse que foi convidado para assumir a presidência da estatal, em julho de 2000, pelo então ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga. "Durante os dois anos em que estive nos Correios, busquei implementar um novo modelo gerencial que estivesse de acordo com o avanço das tecnologias e com a transparência. Tenho a consciência tranqüila", defendeu-se.
Entre as medidas de combate a irregularidades que diz ter adotado quando presidiu os Correios, Gebrim citou a ocupação de cargos de diretoria por funcionários de carreira e a instauração de 40 sindicâncias para apurar possíveis ilegalidades na empresa. Uma das sindicâncias resultou na demissão do então superintendente dos Correios no Rio, Valtemir Cardoso, que tinha como assessor o ex-chefe de Administração dos Correios Maurício Marinho.
O ex-presidente disse que Marinho não foi citado no processo contra o superintendente. "Só tomei conhecimento de alguns fatos a respeito da conduta dele depois da divulgação das denúncias este ano". Marinho foi filmado recebendo dinheiro de empresários e falando sobre um suposto esquema de corrupção na estatal, que envolveria o PTB e seu presidente na época, o então deputado Roberto Jefferson (RJ), que teve o mandato cassado.