O deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) deve entrar nesta tarde com um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o processo de cassação aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar vai alegar na ação que as acusações são da época em que ele estava licenciado do cargo de deputado, quando chefiava a Casa Civil. Por isso, argumenta Dirceu, não pode ser condenado por quebra de decoro.
O processo contra o parlamentar foi aberto a partir de uma representação encaminhada pelo PTB ao Conselho. No documento, entregue no dia 2 de agosto, o partido acusa Dirceu de ser o articulador do suposto esquema de pagamento de mesadas pelo PT a parlamentares - o mensalão. O petista teria ainda programado encontros com dirigentes dos bancos Rural e BMG. Foi nesses bancos que o empresário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, pegou emprestado mais de R$ 55 milhões para alimentar o caixa dois do PT.
O relator do processo contra Dirceu, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), afirmou que um pedido de liminar pode soar como atestado de culpa por parte do ex-ministro. Ele reforçou ainda que o processo não será suspenso e adiantou que deve apresentar seu relatório a partir das próxima semana. O prazo para as investigações termina no dia 8 de novembro.
Há cerca de três semanas, o PTB tentou retirar a representação que deu origem ao processo de cassação contra José Dirceu. Porém, o Conselho negou o pedido, sob a alegação de que os representantes não podem retirar acusações depois de instalados os processos.