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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha
23/8/2016 | Atualizado às 10:10
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A Justiça determinou o afastamento cautelar da presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), e dos demais membros da Mesa Diretora da Casa para apurar suspeitas de pagamento de propina a deputados distritais. Desde o início da manhã, a Polícia Civil cumpre 14 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva na Câmara, na residência de parlamentares, funcionários e ex-servidores.
Além de Celina, também foram afastados da Mesa o primeiro-secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo-secretário, Júlio Cesar (PRB), e o terceiro-secretário, Bispo Renato Andrade (PR). A operação também mira o deputado Cristiano Araújo (PSD). Mesmo com o afastamento dos cargos de direção, eles mantêm o mandato parlamentar. Os investigados são suspeitos de participar de um esquema de pagamento de propina em contratos de UTI. As denúncias foram feitas pela ex-vice-presidente da Casa Liliane Roriz (PTB), que entregou ao Ministério Público gravações comprometendo seus colegas.
O afastamento foi determinado a pedido dos procuradores pelo desembargador Humberto Adjuto Ulhoa e vale até o fim das investigações. Entre os assessores investigados estão Valério Neves Campos, ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso e o servidor Alexandre Braga Cerqueira. Valério chegou a ser preso na Operação Lava Jato acusado de ser operador do esquema envolvendo o ex-senador Gim Argello (PTB).
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o objetivo da operação, denominada Drácon, é buscar provas dos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão envolvendo os distritais e servidores.
Eleito nesta segunda (22) para a vaga de Liliane Roriz na vice-presidência da Mesa Diretora, o distrital Juarezão (PSB) não é alvo da operação. Portanto, vai assumir o comando da Casa temporariamente.
Afastamento
Em nota divulgada semana passada, entidades da sociedade civil cobraram o afastamento de Celina Leão da presidência da Câmara até que as apurações fossem concluídas. A deputada disse que não se licenciaria do cargo. Na quinta-feira, Celina chamou Liliane de "mau-caráter" e "invejosa".
"As gravações são uma armação de uma parlamentar da base do governo que responde a um processo por quebra de decoro e está prestes a ter o mandato cassado", disse a presidente da Câmara Legislativa. "A emenda da acusação foi feita pela própria Liliane Roriz. E esta não foi a única emenda dela para a saúde", rebateu em entrevista coletiva.
Em entrevista à TV Globo, Liliane contou que a negociação tratava de uma "sobra orçamentária" de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde. Em dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs. "[O dia da gravação] Foi quando eu comecei a entender as coisas, que já tinha um negócio que estava sendo concluído por um deputado. Que esse deputado estava trazendo esse negócio e que esse negócio seria dividido em seis partes, e que seriam R$ 30 milhões. Eu não sabia de onde vinha, nem tampouco o percentual disso", disse Liliane à Globo.
A conversa entre as duas foi gravada logo após a votação do texto. De acordo com o trecho divulgado, a presidente da Câmara conversa com Liliane sobre "o negócio do recurso", e diz que vai incluir a vice-presidente da Casa "no projeto". A filha do ex-governador Joaquim Roriz afirmou que a conversa ocorreu porque ela ficou "muito chateada" com a alteração no destino das verbas.
"Deixa eu contar. O que aconteceu? Hoje, nós vamos falar com o secretário de Saúde. A gente colocou recurso para ele agilizar a. o negócio do recurso. Mas você tá no projeto, entendeu? Você não tá fora do projeto não. Você tá no projeto, mandei Valério falar com você", continua a presidente da Câmara", diz Celina, referindo-se ao então secretário-geral da Casa, Valério Neves.
Em outra conversa, entre Liliane, que é filha de Joaquim Roriz - quatro vezes governador do Distrito Federal - e Valério Neves, o então secretário-geral diz que o distrital Cristiano Araújo conseguiu o "negócio" das UTIs. Segundo Valério, o "negócio" de Cristiano poderia render "no mínimo 5% e no máximo 10, em torno de 7%". "Quem sabe disso são só os cinco membros da Mesa e o Cristiano", acrescenta Valério.
Celina Leão sustenta que os áudios "estão evidentemente editados e as conversas estão fora de contexto". Disse ainda que "rejeita qualquer acusação de prática de ato ilícito e que confia nas investigações para a apuração da verdade". Acusa ainda o governador Rodrigo Rollemberg de estar por trás das denúncias para esvazia a CPI da Saúde - que investiga desvios na Secretaria de Saúde.
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