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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Joelma Pereira
18/5/2017 | Atualizado às 22:40
[fotografo]Beto Barata/PR[/fotografo][/caption]
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta quinta-feira (18) uma das gravações realizadas pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e apresentadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte da sua delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. O sigilo foi levantado depois que o ministro Fachin, relator da Lava Jato no STF, enviou o material ao presidente Michel Temer.
Temer diz que não renunciará
Recebida como uma bomba que alterou irreversivelmente a cena política do país, a ponto de até aliados jogarem a toalha sobre a situação do governo, o diálogo mostra Temer assentindo o pagamento de uma espécie de propina para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no petrolão. O presidente nega qualquer irregularidade e diz que falou sobre repasses a Cunha por "solidaridade".
O presidente ouviu de Joesley que uma mesada estava sendo paga a Eduardo Cunha e ao operador do PMDB no petrolão Lúcio Funaro para eles ficarem calados sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". Segundo as investigações, um dos principais doadores de campanha nas últimas eleições, o grupo JBS era o responsável pelos pagamentos ao ex-deputado.
Os depoimentos dos irmãos Batista também comprometem o senador Aécio Neves (PSDB-MG), gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley.
Em uma parte da conversa, Joelson conta a Temer que tem segurado um juiz auxiliar e juiz substituto, além disso, diz que conseguiu um procurador da força-tarefa da Lava Jato para o manter informado. Em boa parte da conversa, não é possível ouvir o que Temer diz. Leia trecho abaixo:
[...]
Joesley: Também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. Meus processos, eu tô meio enrolado aqui, né. No processo, assim...
Temer: [inaudível]
Joesley: Isso, isso, é, é investigado. Não tenho ainda a denúncia. Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dá uma segurada do outro lado, o juiz substituto, que é um cara que fica.... [Inaudível] Tô segurando os dois. Consegui um procurador dentro da força tarefa, que tá, também tá me dando informação. E lá que eu tô para dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim. Ô, se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o quê...
Temer: [inaudível] ajudando.
Joesley: Tá me ajudando tá bom, beleza. Agora, o principal... O que tá me investigando. Eu consegui colar um [procurador] no grupo. Agora eu tô tentando trocar...
Temer: O que tá... [inaudível].
Batista: Isso! Tamo nessa aí. Então tá meio assim, ele saiu de férias. Até essa semana eu fiquei preocupado porque até saiu um burburinho de que iam trocar ele, não sei o quê, fico com medo. Eu tô só contando essa história para dizer que estou me defendendo aí, to me segurando. Os dois lá estão mantendo, tudo bem.
*colaborou Lúcio Batista
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