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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Ana Amélia Lemos
30/3/2016 | Atualizado às 13:57
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E o que eles estão entregando, ali naquele documento, para Michel Temer, que, em março de 1999, presidia a Câmara dos Deputados? Um pedido de impeachment, impeachment contra Fernando Henrique Cardoso, que tinha acabado de sair, fazia alguns meses, de uma eleição, a qual tinha ganhado, para um segundo mandato, com 53% dos votos, e, portanto, ganhou no primeiro turno.
E, nesta foto, em março de 1999, estavam lá essas figuras bem conhecidas - algumas já falecidas, como Miguel Arraes, de saudosa memória. Pedindo o quê? Impeachment do Fernando Henrique Cardoso.
Que interessante: naquela época, impeachment não era golpe - não era golpe! E agora é golpe? Tudo dentro da lei.
E o que aconteceu? No pedido de 1999, Milton Temer - não sei nem se é parente do Michel Temer - era um deputado federal, de São Paulo, do PT. E ele acusava, em nome do partido e pelo movimento, o Fernando Henrique de ter cometido crimes de responsabilidade durante a execução do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer); o programa fora iniciado em 1995, no primeiro mandato de FHC.
Havia também a acusação - negada pelo então presidente FHC - de que o Planalto teria constrangido o Ministério Público e outros órgãos durante a investigação do que havia se passado.
Nada como um dia após o outro - nada como um dia após o outro! Nada como os documentos. Nada como a História. Não vamos discutir aqui o estelionato eleitoral do Fernando Henrique Cardoso ao prometer um segundo mandato - vejam só - de crescimento e criação de empregos, ao tempo em que negociava com o Fundo Monetário Internacional a política de recessão em que nos encontramos, e o que aconteceu em 2014, quando a campanha eleitoral mostrou cenários maravilhosos de um Brasil crescendo, de um país de mais especialidades na área médica, de um país de Pronatec infinito e ilimitado, de mais moradias no Minha Casa, Minha Vida - que agora se chama "Minha Casa, Minha Dívida".
Agora, não há mais recursos, aumentaram os juros para o financiamento da casa própria, a inflação chegou a um nível assustador, o desemprego é assustador. O que aconteceu? E agora golpe é impeachment, retirando da sociedade, retirando do Parlamento aquilo que é um direito constitucional.
Veja a íntegra do discurso da senadora em plenário:
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Nessa segunda, falei dos ministros Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello. Serão golpistas todos esses ministros que ocupam com dignidade a Suprema Corte? O país todo olha para aquela Casa, na Praça dos Três Poderes, ali do lado, com a estátua simbolizando a Justiça cega, venerando, aplaudindo as decisões da Suprema Corte. Serão esses ministros todos que eu acabei de citar golpistas quando dizem que impeachment não é golpe? O julgamento de impeachment é político e, por isso, ele está na Câmara e foi acolhido.
Vou ler os pedidos de impeachment. Sob o comando de Lula, ele apoiou nada menos do que 50 petições de impeachment contra três presidentes entre 1990 e 2002. Foram 29 pedidos de impeachment feitos por Lula contra Fernando Collor, quatro contra Itamar Franco e 17 contra Fernando Henrique Cardoso. Lula também teve 34 pedidos contra ele.
Como diz o poema, e agora, José?
Contra fatos não há argumentos. Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Fatos e Fotos era o nome de uma revista muito linda. Então, há as fotos e os fatos, e não podemos fazer versões sobre isso, porque são fatos e são fotos.
É preciso ter coerência nas atitudes, é preciso ter coerência nos discursos, é preciso ter respeito com a inteligência do povo brasileiro, é preciso ter respeito à sociedade brasileira, é preciso ter respeito ao pensamento da sociedade brasileira.
* Texto reproduzido do discurso feito pela senadora em plenário em 29 de março de 2016.
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