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28/4/2020 | Atualizado às 8:58
Subordinado ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ramagem foi elogiado pelo chefe por sua atuação à frente da Abin. "Transmitiu a seus subordinados uma nova concepção de inteligência, ágil e focada na informação tática, capaz de competir com a rapidez da Internet, reduzindo o preciosismo em prol da velocidade", escreveu Heleno em sua publicação no Twitter no início de março.
Ramagem esteve envolvido na polêmica referente à suposta criação de uma Abin paralela. A estrutura funcionaria para grampear ilegalmente opositores do governo e produzir dossiês falsos, segundo o ex-ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), que disse ter abortado a operação junto com o também ex-ministro Santos Cruz.
Expectativas
Na Polícia Federal desde 2005, Ramagem é bem relacionado no órgão e tem a simpatia de parte da corporação, mas chegará rodeado de pressões. Segundo interlocutores, Ramagem já participou de diversas operações, principalmente em etapas importantes da Operação Lava Jato, e tem boa interlocução com a atual diretoria.
Integrantes da PF avaliam que, a despeito de toda a situação, Ramagem tem condições de fazer uma boa administração.
Para o deputado delegado Waldir (PSL-GO), ex-aliado de Bolsonaro, o mais importante é colocar alguém que preserve a autonomia da corporação. "A escolha é do presidente, mas o Parlamento é fiscalizador e nós vamos fazer o nosso papel. Nós vamos brigar pela independência da Polícia Federal, que não é uma polícia de governo, é polícia de Estado", disse o deputado, que é policial civil.
A chegada de Ramagem vem acompanhada de diversas ações populares que visam barrar sua nomeação, bem como de propostas de emenda à Constituição para garantir a autonomia da Polícia Federal, conforme mostrado pelo Congresso em Foco. As medidas jurídicas questionam a proximidade de Ramagem com a família Bolsonaro. O próprio delegado Waldir afirmou que, se confirmada a nomeação, pretende ingressar com uma ação para impedi-la.
Quando entrou para a PF, Ramagem começou a trabalhar em Roraima e atuou no combate ao tráfico de drogas e outros ilícitos. Em 2007, foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Em 2011, foi transferido para a sede do DPF em Brasília/DF com a missão de criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos. A partir de 2016, foi responsável pela Divisão de Estudos, Legislações e Pareceres da Polícia Federal.
Perfis falsos
Desde que o nome entrou para a lista de cotados, começaram a aparecer nas redes sociais vários perfis atribuídos a Ramagem, com publicações controversas. Perfis fake podem alterar o nome e a foto, aproveitando-se de um número de seguidores já existente previamente.
Procurada, a assessoria do novo diretor da PF negou que Ramagem fosse dono dos perfis que circularam no Twitter e no Instagram e afirmou que estava pedindo a retirada das publicações falsas. Uma das mensagens, repleta de erros de português, foi compartilhada por bolsonaristas nas redes sociais nessa segunda. "O medo, pavor, e outros sentimentos que pairam sobre minha possível nomeação para dirigir a PF, são apenas choro de corruptos e de ex. ministro banana, que ao meu ver estava em conluio com o sistema para vender livro de autobiografia. Aqui é Brasil, aqui tem testosterona."
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