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Pedro Valls Feu Rosa
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7/10/2016 | Atualizado 10/10/2021 às 16:40
[fotografo]EBC[/fotografo][/caption]O uso de programas de computador para julgar o conteúdo das cenas capturadas pelas câmeras de vigilância tem sido justificado com argumentos econômicos. Sustenta-se, por exemplo, que um ser humano consegue monitorar no máximo cinco telas de vídeo simultaneamente ao longo de 30 minutos antes de distrair-se e começar a falhar - evidentemente, programas de computador não têm essas falhas.
E é assim, de computador em computador, que começamos a chegar a uma nova era, a um admirável mundo novo. Mas arrisco uma pergunta: estamos preparados para ele? Minha resposta - que me perdoem os entusiastas pela tecnologia, dentre os quais me incluo - é não.
Começo a justificar minha opinião citando o caso de John Gass. Trata-se de um motorista profissional, 41 anos de idade, residente em Massachussetts (EUA). Ele vivia e trabalhava em paz até o dia em que um programa de computador interpretou equivocadamente alguns dados e simplesmente suspendeu sua habilitação para conduzir veículos.
Este erro levou umas duas semanas para ser corrigido pelos humanos. Parece incrível, mas até uma audiência em um juizado foi necessária. Meditemos, agora, por um instante, sobre o impacto desse erro na vida pessoal e profissional daquele cidadão. Que tal nos colocarmos, por alguns momentos, no lugar dele?
Cito um outro caso, o de uma norte-americana de 21 anos, branca, moradora de Vanderburg. Ela estava em sua casa, em paz, quando por lá chegou a polícia e carregou-a sumariamente para a cadeia. Apurou-se, depois, que o mandado de prisão era dirigido a um homem negro. Enquanto não descobriram o erro, causado por um programa de computador, ela sofreu vergonhas daquelas que marcam uma vida. Uma vez mais, coloque-se no lugar dessa pobre moça por alguns instantes.
Não quero, com esses exemplos, repudiar o uso da tecnologia. Absolutamente. Apenas desejo realçar que nossas máquinas evoluem mais rapidamente que nossos primitivos corações.
A verdade, que os casos acima narrados claramente demonstram, é que mudou-se a tecnologia - mas o descaso e a despreocupação para com a dignidade alheia seguem firmes. Mudaram as máquinas, mas não os homens! A patuleia gemia ao som dos carimbos? Que passe a gemer sob o silêncio estéril dos processadores! Era torturada pelas montanhas de papel? Que o seja, agora, pelas telas de computador - deve ser mais moderno!
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