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Marcus Pestana
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12/12/2016 | Atualizado 10/10/2021 às 16:26
[fotografo]Divulgação[/fotografo][/caption]A convivência com as diferenças e a necessidade da construção democrática de consensos progressivos tornam-se cada vez mais difíceis. Certa vez Gandhi afirmou: "tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera". Conviver com a divergência não é fácil. O dogmatismo e o sectarismo derivado obstruem canais de diálogo. É necessária uma atitude aberta, do ponto de vista comportamental, existencial e intelectual. É preciso reconhecer a legitimidade do outro e entender que nem sempre há uma única verdade.
Em perspectiva diversa o filósofo francês Raymond Aron nos disse: "se a tolerância nasce da dúvida, que nos ensinem a duvidar dos modelos e utopias, a recusar profecias da salvação, os arautos de catástrofes". O fanatismo e o radicalismo, terrenos férteis de intolerância, não constroem pontes e sim abismos. E, como apontou Diderot: "do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo".
O Brasil, mergulhado em grave e multifacetada crise, não foge à regra. A intolerância e o sectarismo crescem de forma veloz e desordenada. O debate atual é marcado pela intransigência. O pensamento fica prisioneiro de "verdades absolutas" pré-concebidas. Preconceitos e atitudes agressivas contra os "diferentes" ganham corpo. Como alertou Nelson Rodrigues sobre essa atitude: "se os fatos são contra mim, pior para os fatos". As redes sociais, grande avanço civilizatório, se tornam um verdadeiro campo de guerra a jorrar intolerância, intransigência, calúnias e agressões gratuitas.
Urge recuperar o espírito de grandes democratas que nos trouxeram até aqui como JK, Ulysses e Tancredo, que cultivaram a arte da política como campo de diálogo e disputa inspirado no interesse público e nacional, e marcado pelo respeito aos divergentes e pela busca dos consensos que fizeram o país avançar.
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