Serraglio: "quadrilha não se identifica com tanta clareza"

Para o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da extinta CPI dos Correios, "quadrilha não é uma coisa que se identifique com tanta clareza. É uma seqüência de atos praticados exatamente por aqueles que ocultam o crime". A afirmação se refere à dúvida levantada pelo ministro Ricardo Lewandowski, quanto à aceitação da denúncia de formação de quadrilha. Para Lewandowsky, a denúncia é inepta, pois "a adequação típica não foi feita".

"É partir daquilo que se evidencia [a formação de quadrilha] e se partir para a responsabilização. No caso, temos muitas pessoas envolvidas para se dizer que não haja quadrilha", afirmou o deputado.

O fato dos ministros terem aceitado a denúncia de formação de quadrilha contra integrantes do PP é, para Serraglio, a sinalização de que também aceitarão as acusações contra os petistas. Mas para saber "quais os que efetivamente serão qualificados como integrantes dessa sociedade criminosa, temos que aguardar a manifestação dos votos", disse.

Poderoso chefão

O relator da finada CPI dos Correios afirma que a chefia da organização é de quem conduz o proveito. Para Serraglio, aconteceu exatamente como afirmou Roberto Jefferson: "o passarinho parou de gotejar", disse referindo-se ao pagamento feito aos políticos da base aliada. "O pagamento estava sendo gotejado em troca de alguma coisa, cujo núcleo central foi identificado por Roberto Jefferson, quando disse que quem comandava tudo era o ex-ministro José Dirceu", afirmou.

Neste momento, os ministros votam sobre as acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, contra integrantes do PL. (Ana Paula Siqueira)