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Congresso em Foco
11/8/2005 | Atualizado às 17:39
Parlamentares da oposição que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios não ficaram completamente convencidos com as explicações do PT sobre o pagamento de uma dívida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o partido. A dívida de R$ 29 mil teria sido paga pelo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto.
Okamoto admitiu que não tem como comprovar, seja com recibos ou outros documentos, que entregou ao PT dinheiro próprio para quitar a dívida. A suspeita dos deputados da CPI, agora, é de que a versão de Okamoto tenha sido montada para encobrir uma possível conexão entre os pagamentos e o esquema de "caixa dois" no PT.
O ministro da Coordenação Política, Jacques Wagner, afirmou ontem que o presidente Lula sequer obteve empréstimos do PT. Wagner contou que, à época, Lula era presidente de honra do PT, fazendo viagens que o partido pagou. "Se alguém do PT lançou a despesa como empréstimo e depois, para sanear a contabilidade, executou o pagamento, isso não é da responsabilidade do presidente."
Lista apócrifa
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), solicitou à mesa diretora da Câmara que o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) seja afastado da vice-presidência da CPI do Mensalão. Goldman pediu ainda a cassação do parlamentar por quebra de decoro.
Na sessão conjunta das comissões de inquérito do Mensalão e dos Correios, realizada ontem, outro documento, desta vez apresentado por Pimenta, causou rebuliço entre os integrantes das duas CPIs. O deputado disse ter recebido, na madrugada de ontem, uma lista das mãos do advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva, com novos beneficiários das contas do empresário Marcos Valério durante as eleições de 1998. Em depoimento à CPI do Mensalão, o empresário admitiu ter financiado um caixa dois para campanhas tucanas naquela época. A lista, considerada apócrifa pela oposição, traz a relação de políticos que teriam recebido dinheiro do empresário sem qualquer comprovante.
O advogado negou ter repassado o documento ao deputado. Diante da negativa, Pimenta mudou sua versão dos fatos. Ele disse que não recebeu nenhum documento e afirmou ter achado o papel na sala da CPI, durante o depoimento de Valério.
A contradição foi agravada pela revelação, feita pelo deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), de que Pimenta pegou carona com Valério após o depoimento terminado na madrugada de ontem. Em princípio, o deputado negou a acusação, mas depois admitiu ter andado no mesmo carro em que estava Marcos Valério.
"O deputado federal Paulo Pimenta faltou com a verdade perante as CPIs dos Correios e do Mensalão. Ainda que não estivesse sob juramento, quebrou o decoro parlamentar", afirma Goldman na representação.
Ele continua: "A proximidade e a intimidade exibidas pelo deputado federal Paulo Pimenta a um dos principais investigados é incompatível com a sua condição de membro e vice-presidente da CPMI que investiga, justamente, o 'mensalão', ao que consta operado, entre outros, pelo próprio publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza".
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