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Guerra comercial
Congresso em Foco
9/7/2025 18:10
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quarta-feira (9) em carta pública ao presidente Lula, a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A informação foi publicada na própria rede social de Trump, a Truth Social. O chefe do Executivo americano iniciou o documento criticando a justiça brasileira no processo contra Jair Bolsonaro.
"A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos EUA, é uma vergonha internacional", escreveu Trump. "Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma Caça às Bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!"
O presidente americano justificou a taxação em 50% de todos produtos brasileiros, separadas de todas as tarifas setoriais, pelos "ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos" e por bloquios a redes sociais americanas, como o Rumble. Ele ainda afirmou que a relação comercial entre Estados Unidos e Brasil está "longe de ser recíproca".
"Por favor, entenda que o número de 50% é muito menor do que o necessário para termos a igualdade de condições que devemos ter com o seu país. E é necessário ter isso para retificar as graves injustiças do regime atual. Como você sabe, não haverá Tarifa se o Brasil, ou empresas em seu país, decidirem construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira, ou seja, em questão de semanas", acrescentou.
Trump ainda ameaçou o Brasil e afirmou que se o país decidir aumentar as tarifas, o valor escolhido será acrescido aos 50% que os Estados Unidos irão tributar de produtos brasileiros. O presidente ainda acrescentou que em razão de "ataques contínuos do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas", o país será investigado pelos EUA.
Apesar de na carta Donald Trump afirmar que os Estados Unidos têm déficit comercial com o Brasil, na realidade a relação é de superávit para os americanos. Em 2024, o Brasil importou 40,5 bilhões de dólares, ao passo que exportou 40,3 bilhões no mesmo período.
Defesa de Trump
Donald Trump saiu em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro em publicação na rede Truth Social na segunda-feira (7). O chefe do Executivo americano acusou o Brasil de promover uma "caça às bruxas" contra o aliado político e disse que o país está fazendo uma "coisa terrível" ao processar o ex-mandatário.
"Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!", escreveu Trump. "Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo", escreveu.
A manifestação de Donald Trump causou reações na ala governista. O próprio presidente Lula rebateu a publicação e disse: "Dê palpite na sua vida, não na nossa". A ministra Gleisi Hoffmann também criticou a postagem e reafirmou a soberania brasileira. Por outro lado, a oposição comemorou o aceno.
Veja a íntegra da carta de Trump:
Prezado Sr. Presidente:
Eu conheci e lidei com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o respeitava muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A maneira como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!
Devido em parte aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como ilustrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e expulsão do mercado brasileiro de mídia social), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados para os Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. As mercadorias transbordadas para escapar dessa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.
Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que devemos nos afastar da relação comercial de longa data e muito injusta gerada pelas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil. Nossa relação tem estado, infelizmente, longe de ser recíproca.
Por favor, entenda que o número de 50% é muito menor do que o necessário para termos a igualdade de condições que devemos ter com o seu país. E é necessário ter isso para retificar as graves injustiças do regime atual. Como você sabe, não haverá Tarifa se o Brasil, ou empresas em seu país, decidirem construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira, ou seja, em questão de semanas.
Se, por qualquer motivo, você decidir aumentar suas tarifas, o valor que você escolher para aumentá-las será adicionado aos 50% que cobramos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, que causam esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit representa uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!
Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas, bem como a outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação do Brasil nos termos da Seção 301.
Se você deseja abrir seus Mercados Comerciais, até então fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas Políticas Tarifárias e Não Tarifárias e Barreiras Comerciais, talvez consideremos um ajuste nesta carta. Essas Tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo de nossa relação com seu País. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.
Obrigado por sua atenção a este assunto!
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