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INTERNACIONAL
Congresso em Foco
23/9/2025 15:31
O presidente Lula fez nesta terça-feira (23) um discurso enfático na abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, no qual denunciou como "inaceitável" a tentativa de ingerência internacional sobre as instituições brasileiras. Sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula reagiu às recentes sanções impostas por Washington a autoridades brasileiras, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais", disse Lula, sob aplausos. "Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável", completou.
Assista à íntegra do discurso do presidente Lula na ONU:
Reação às sanções de Trump
A fala ocorreu um dia após o governo Trump anunciar uma nova rodada de punições, incluindo a revogação do visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e a inclusão de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, na lista da Lei Magnitsky, que bloqueia bens nos EUA e impede transações financeiras com cidadãos e empresas norte-americanas. O próprio ministro já havia sido alvo de sanções em julho.
As medidas se somam ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto sob o argumento de que o Brasil estaria promovendo uma "caça às bruxas" contra Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo STF por tentativa de golpe. Trump tentou, sem sucesso, influenciar o julgamento.
Defesa da soberania e da democracia
Lula sublinhou que o ex-presidente brasileiro teve direito pleno de defesa e que qualquer contestação externa às decisões do STF fere a soberania nacional. "Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela", afirmou.
Ele também criticou os setores internos que apoiam as sanções. "Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias", disse. Segundo Lula, "falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil" e "não há pacificação com impunidade".
Denúncia global
O petista ampliou a crítica ao cenário internacional, dizendo que as Nações Unidas vivem "uma nova encruzilhada". "Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra. Este deveria ser um momento de celebração das Nações Unidas, mas os ideais que inspiraram sua fundação estão ameaçados como nunca estiveram. A autoridade dessa Organização está em xeque", declarou.
Pauta internacional e multipolaridade
Além das sanções, Lula falou sobre a guerra em Gaza, que classificou como genocídio. "Nada justifica o genocídio em Gaza. Em Gaza, fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente", disse, em crítica direta a Israel.
O presidente também homenageou o ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica e o papa Francisco, falecidos em 2025, destacando que ambos encarnaram valores humanistas que devem inspirar as novas gerações de líderes. "O século 21 será cada vez mais multipolar. Para ser pacífico, não pode deixar de ser multilateral", concluiu.
Depois da fala de Lula, foi a vez de o presidente Donald Trump ocupar a tribuna na Assembleia Geral da ONU.
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