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CÂMARA

De metas a supersalários: veja o que muda com a reforma administrativa

Proposta coordenada por Pedro Paulo redefine regras de carreira, cria avaliação de desempenho, tabela única de salários e limita privilégios no serviço público.

Congresso em Foco

6/10/2025 9:40

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O coordenador do grupo de trabalho da reforma administrativa, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), apresentou à Câmara dos Deputados um pacote triplo de medidas para reorganizar o serviço público brasileiro. A proposta, que envolve uma proposta de emenda à Constituição (PEC), um projeto de lei (PL) e um projeto de lei complementar (PLP), pretende, segundo o deputado, modernizar a máquina estatal, corrigir distorções salariais, fortalecer a meritocracia e impor mais disciplina fiscal.

O texto mexe em mais de 40 artigos da Constituição e institui um modelo de gestão pública por resultados, inspirado em experiências internacionais que ligam a remuneração e a progressão de servidores ao desempenho medido por metas concretas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pretende pautar a reforma em breve, mas não adiantou quando isso ocorrerá.

Vista aérea do Congresso Nacional e da Esplanada dos Ministérios.

Vista aérea do Congresso Nacional e da Esplanada dos Ministérios.Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Três textos, uma só reforma

O pacote foi desenhado como um sistema de três camadas legislativas.

A PEC da Reforma Administrativa muda a Constituição e define os princípios gerais do serviço público, além de prever novas regras de remuneração, tetos salariais, cargos em comissão e gestão de resultados.

O projeto de lei institui o Marco Legal da Administração Pública, detalhando como funcionam os concursos, estágios probatórios, avaliações e regimes de trabalho.

O projeto de lei complementar cria a Lei de Responsabilidade por Resultados, que obriga governos a definir metas, acompanhar indicadores e premiar quem cumpre objetivos.

Pedro Paulo resume a ideia como um novo pacto entre Estado e servidor. "É preciso dar estabilidade e segurança, mas também exigir entrega e eficiência", afirmou. Veja os principais pontos da reforma:

1. Planejamento, metas e gestão por resultados

  • Governantes (presidente, governadores e prefeitos) deverão publicar planejamento estratégico de mandato em até 180 dias após a posse.
  • Criação dos Acordos de Resultados - metas anuais de desempenho para órgãos públicos.
  • Os acordos passam a ser obrigatórios e servirão como base para avaliação e bonificação.
  • Implementação de um ciclo de gestão por resultados: planejamento execução monitoramento avaliação.
  • Instituição da Lei de Responsabilidade por Resultados (PLP), que obriga revisão anual de políticas públicas e gastos.
  • Criação de indicadores de desempenho institucional e índices comparativos entre órgãos e entes federativos.
  • O desempenho institucional condicionará pagamento de bônus e progressão funcional.
  • Estados e municípios poderão aderir voluntariamente ao modelo nacional de metas.
  • Governos terão de publicar relatórios de avaliação de políticas públicas, vinculados à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

2. Avaliação de desempenho e bônus por produtividade

  • Avaliação periódica de desempenho passa a ser obrigatória para todos os servidores.
  • Resultados de desempenho influenciarão progressões, promoções e ocupação de cargos de confiança.
  • Criação de bônus de desempenho de até 2 salários anuais - ou 4 para cargos estratégicos.
  • Pagamento dos bônus condicionado ao cumprimento de metas individuais e institucionais.
  • Bônus não contará para o teto constitucional e não gerará efeito permanente sobre a remuneração.
  • Avaliação deverá ser objetiva, documentada e pública, com direito a contraditório.
  • Resultados das avaliações servirão para planejamento de capacitação e correção de desempenho.

3. Estrutura de carreiras, concursos e estágio probatório

  • Realização de concursos dependerá de diagnóstico prévio da força de trabalho.
  • Concursos deverão priorizar carreiras transversais (por exemplo: analistas e gestores de políticas públicas).
  • Possibilidade de ingresso direto em níveis mais altos da carreira, limitado a 5% das vagas.
  • Estágio probatório passa a ter caráter avaliativo e contínuo, com possibilidade de exoneração.
  • Regras de progressão deixam de considerar tempo de serviço e passam a depender de desempenho.
  • Criação de planos de capacitação continuada integrados à avaliação de desempenho.
  • Possibilidade de mobilidade funcional entre órgãos e entes, respeitada a equivalência de funções.
  • Extinção da incorporação automática de gratificações à remuneração.

4. Tabela única de remuneração e racionalização salarial

  • Criação de uma tabela única de remuneração por ente federativo (União, estados e municípios).
  • Tabela valerá para todos os Poderes e órgãos autônomos.
  • Implementação gradual em até 10 anos.
  • Piso será o salário mínimo, e o teto, o limite constitucional (atualmente R$ 46,3 mil).
  • Reajustes serão lineares e universais, aplicados a toda a tabela.
  • Extinção de reajustes individuais por categoria sem base na tabela.
  • Criação de um observatório nacional de remuneração para comparar cargos equivalentes.

5. Fim de privilégios, supersalários e "penduricalhos"

  • Limite de 10% da remuneração para auxílios (alimentação, transporte e saúde) de quem ganha 90% do teto.
  • Verbas indenizatórias não poderão crescer acima da inflação (IPCA).
  • Proibição de pagamentos retroativos sem decisão judicial.
  • Proibição da conversão em dinheiro de férias e licenças não usufruídas.
  • Fim das férias superiores a 30 dias.
  • Fim da licença-prêmio e de outros benefícios automáticos.
  • Extinção da progressão por tempo de serviço sem desempenho comprovado.
  • CNJ e CNMP ficam proibidos de criar benefícios ou gratificações sem previsão legal.
  • Proibição de "penduricalhos" que elevem salários acima do teto constitucional.
  • Instituição de auditoria permanente das folhas de pagamento para detectar pagamentos irregulares.

6. Cargos comissionados e funções de confiança

  • Cargos em comissão limitados a 5% da força de trabalho (ou 10% em municípios pequenos).
  • Pelo menos 50% dos cargos comissionados deverão ser ocupados por servidores efetivos.
  • Cargos estratégicos serão submetidos a avaliação diferenciada e metas de gestão.
  • Inclusão de cotas para mulheres, negros, indígenas, quilombolas e PCDs em cargos de direção.
  • Criação de cadastro nacional de dirigentes públicos, com histórico de desempenho.
  • Regulamentação de critérios técnicos e transparentes para nomeações de confiança.

7. Limites de gasto e disciplina fiscal

  • Criação de um teto de despesas primárias para União, estados e municípios.
  • Despesas só poderão crescer até a inflação anual.
  • Mesmo com aumento de arrecadação, só 2,5% da receita extra pode ser incorporada aos gastos.
  • Proibição de criação de despesas permanentes sem previsão de receita.
  • Revisões anuais de gastos obrigatórias pelo Executivo.
  • Fixação de limite de crescimento da folha de pagamento nos três Poderes.
  • Estados e municípios com déficit terão restrição na criação de secretarias e cargos.
  • Vedação ao uso de "sobras orçamentárias" para criar novas gratificações.

8. Teletrabalho, controle de jornada e regime de trabalho

  • Teletrabalho (home office) limitado a 20% da força de trabalho por órgão.
  • Servidor em regime híbrido só poderá fazer um dia remoto por semana.
  • Cargos de confiança deverão ser 100% presenciais.
  • Proibição de residência fora da cidade de lotação (salvo exceção autorizada).
  • Vedação ao teletrabalho no exterior, exceto em missão ou acompanhamento de cônjuge diplomático.

9. Governo digital, transparência e dados públicos

  • Inclusão digital passa a ser direito social na Constituição.
  • Criação da Estratégia Nacional de Governo Digital, com integração de sistemas públicos.
  • Todos os atos administrativos deverão ser digitais e rastreáveis.
  • Instituição de política de segurança cibernética e proteção de dados públicos.
  • Criação de laboratórios de inovação e transformação digital no setor público.

10. Regras para prefeitos, cartórios e sanções

  • Prefeituras com déficit terão limite de 5 a 10 secretarias, conforme o porte populacional.
  • Salários de prefeitos, vices e secretários variam de 30% a 80% da remuneração do governador.
  • Fim da aposentadoria compulsória como punição; juízes e procuradores passam a responder com perda do cargo.
  • Fixação de teto de remuneração para notários e registradores, limitado a 13 vezes o teto constitucional.
  • Idade máxima de 75 anos para titulares de cartórios e obrigatoriedade de compartilhar dados com o poder público.
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