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Tarifaço
Congresso em Foco
7/10/2025 15:36
Após a ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a determinação dos dois chefes de Estado é de virar "esta página equivocada" do tarifaço imposto a produtos brasileiros.
"Nós vamos nos acertar porque a determinação dos dois presidentes é de virar esta página equivocada, na minha opinião, que marcou os últimos dois meses da relação entre os países. É uma medida que realmente não faz sentido, são duas nações com uma longa história de cooperação", disse Haddad em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC, nesta terça-feira (7).
O ministro, que acompanhou a conversa do lado brasileiro, classificou o diálogo como positivo e disse acreditar que ele abrirá espaço para negociações mais profundas. "A conversa foi muito boa nessa direção. Acredito que vai distensionar e abrir caminho para uma conversa franca e produtiva."
As tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros entraram em vigor no início de agosto. Ao anunciar a medida, Trump chegou a citar a "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, então réu e hoje condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Em meio às tensões, a Casa Branca chegou a cancelar vistos de ministros da Corte e sancionar o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, com base na Lei Magnitsky.
Haddad se mostrou otimista e disse que as informações sobre o funcionamento dos Poderes brasileiros estão começando a chegar de forma mais clara ao governo norte-americano, o que deve ajudar nas negociações.
"Essa largada equivocada vai ser superada. Passa muito por uma desinformação sobre como funcionam as instituições brasileiras. Penso que as informações estão chegando com mais veracidade ao governo americano, o que ajuda a assentar a poeira e abrir caminho para algo produtivo e edificante."
Encontros bilaterais
O ministro afirmou ainda que a conversa entre Lula e Trump abriu caminho para um novo contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Ele deve aproveitar sua ida aos Estados Unidos para as reuniões do G20, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar agendar encontros bilaterais.
"Não sei se vai acontecer, até porque tenho uma agenda doméstica bastante intensa, negociando com o Congresso medidas para fechar o Orçamento. Mas devo fazer algum movimento até o fim da semana para saber da disponibilidade e do interesse deles - ou se o Marco Rubio (secretário de Estado) fará algum contato com o ministro Mauro Vieira antes disso", afirmou.
Durante o telefonema, Trump designou que Rubio desse sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e Haddad. "Eu não sei qual é o protocolo que eles vão seguir, mas nós vamos nos acertar", disse o ministro.
EUA também sentem impacto das tarifas
Haddad disse acreditar que o governo brasileiro não deve mudar sua postura nas negociações, pois, segundo ele, a estratégia adotada pela diplomacia até agora tem mostrado resultados.
O ministro disse ainda que o papel do seu ministério é ajudar a mostrar que os Estados Unidos também estão "sofrendo" com a medida. "Eles estão com o café da manhã mais caro, pagando mais pelo café e pela carne. Vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade, inclusive no setor industrial. Eles estão percebendo que essas medidas prejudicaram mais do que favoreceram os EUA", afirmou.
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