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OITIVA
Congresso em Foco
19/11/2025 13:00
Durante oitiva na CPMI do INSS, o empresário João Carlos Camargo Júnior, conhecido como "alfaiate dos famosos", foi apontado por parlamentares como "elo principal" para a lavagem de dinheiro do esquema que desviou benefícios de aposentados e pensionistas. O depoimento aconteceu no papel de testemunha na terça-feira (18).
João Camargo possui habeas corpus concedido pelo ministro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que o permite permanecer em silêncio. Mesmo assim, o depoente aceitou juramento e compromisso de dizer a verdade em pontos que não o incriminassem.
O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que documentos oficiais indicam a MKT Connection Group, empresa fundada por Camargo em 2022, como receptora de mais de R$ 31 milhões da Associação Amar Brasil, uma das entidades investigadas por fraude ao INSS. Além disso, a Camargo Alfaiataria teria recebido R$ 1,7 milhão da mesma associação, sem que houvesse comprovação dos serviços prestados.
"Lamento que a Alfaiataria Camargo, tão renomada, tenha utilizado suas contas para movimentar dinheiro sujo, desviado de aposentados e pensionistas. Este jovem é um profissional de sucesso, mas manchou sua carreira e futuro pela ganância. Ele usou suas contas para lavar dinheiro, para obter recursos ilícitos. Infelizmente, essa é a realidade que temos observado na CPMI do INSS."
Sérgio Moro (União-PR) reiterou as acusações. "A indagação que fica, evidentemente, é que a sua empresa recebeu R$ 24 milhões, em princípio com suspeitas de lavagem de dinheiro, já que o senhor também não esclarece os motivos desses pagamentos de suborno a funcionários do INSS", afirmou o senador.
Defesa
João Camargo chamou as acusações de injustas. Segundo ele, a MKT Connection Group prestou serviços à associação legalmente. "Esses serviços foram devidamente declarados, impostos pagos, despesas quitadas e lucros obtidos como em qualquer empresa", disse.
O depoente confirmou vínculo com somente duas empresas, o que foi contestado por Gaspar, que citou 14 instituições relacionadas, como a Kairos Representações Ltda, que também é investigada no esquema.
Investigação
João Camargo foi mencionado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou transferências superiores a R$ 31 milhões realizadas pela Associação Amar Brasil Clube de Benefícios à empresa MKT Connection Group, de propriedade exclusiva do empresário.
O depoente também figura como ex-sócio da Kairos Representações Ltda., junto a outros investigados pela Polícia Federal no mesmo esquema, como Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro Vasconcelos, Felipe Macedo Gomes e José Branco Garcia.
Nova convocação
Para Alfredo Gaspar, o contador Mauro Palumbo Concílio, que já teve a convocação aprovada pela CPMI, deve trazer maiores esclarecimentos sobre o funcionamento do esquema. Segundo o relator, ele presta serviços para cinco empresas ativas de João Camargo e para empresas dos demais ex-sócios da Kairos.
"Essa organização criminosa se juntou em várias empresas e retiraram mais de R$ 700 milhões roubados de aposentados e pensionistas. Trataram milhões de reais como se fossem nada. Aí você pega quatro criminosos, junta aqui, cada um montou uma empresa diferente. É direito do cidadão abrir uma empresa e receber milhões de reais, mas de dinheiro roubado dos aposentados e pensionistas?"
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