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EX-PRESIDENTE PRESO

Moraes e Dino votam para manter prisão de Bolsonaro

Ministros votam por manter a prisão preventiva de Bolsonaro, apontando risco concreto de fuga, violação da tornozeleira e ameaça à ordem pública.

Congresso em Foco

24/11/2025 11:38

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A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou às 8h desta segunda-feira (24) o julgamento que decidirá se mantém ou revoga a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada no sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes. Relator do caso, Moraes votou no começo da manhã pela manutenção da decisão e foi acompanhado pelo ministro Flávio Dino, presidente da Turma, que aderiu integralmente aos seus argumentos.

A sessão ocorre no plenário virtual e vai até as 20h. O julgamento analisa o referendo da decisão de Moraes que converteu a prisão domiciliar, imposta desde agosto, em prisão preventiva, após a violação da tornozeleira eletrônica e a identificação de ações que sugerem risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública. Também votarão os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

Para Flávio Dino, assim como para Moraes, havia risco concreto de fuga de Bolsonaro.

Para Flávio Dino, assim como para Moraes, havia risco concreto de fuga de Bolsonaro.Ton Molina /Fotoarena/Folhapress

O que está em julgamento

A 1ª Turma avalia se confirma a decisão de Moraes que transformou a prisão domiciliar de Bolsonaro em prisão preventiva. A medida foi tomada após:

  • Bolsonaro tentar abrir com um ferro de solda a tornozeleira eletrônica, na madrugada de sábado (22);
  • a convocação de uma mobilização em frente à residência do ex-presidente, feita por Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
  • a proximidade do trânsito em julgado da condenação a 27 anos e 3 meses pelo golpe de Estado.

O voto de Alexandre de Moraes

Moraes afirma que Bolsonaro "é reiterante no descumprimento" das medidas cautelares impostas ao longo de 2025, como a proibição de usar redes sociais, de receber visitas com celulares e de manipular o equipamento de monitoramento eletrônico.

Veja a íntegra do voto de Moraes.

1. A violação da tornozeleira

Alexandre de Moraes cita o relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal que identificou danos graves no equipamento:

"O equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Havia marcas de queimaduras em toda sua circunferência", assinalou o ministro.

Ele também registrou a confissão do próprio ex-presidente: "Informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento".

Moraes sustenta que a ação não foi acidental e que Bolsonaro "violou dolosa e conscientemente" o monitoramento eletrônico.

2. Risco concreto de fuga

O relator diz que há elementos claros de tentativa de fuga. Entre eles, a convocação de uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente mora, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A iniciativa foi identificada pela Polícia Federal como possível forma de tumultuar a fiscalização.

Moraes também citou a proximidade da Embaixada dos EUA, a 13 km da casa de Bolsonaro, que poderia ser usada como rota de evasão: "Distância que pode ser percorrida em 15 minutos de carro".

O ministro ainda destacou o histórico de planos de fuga revelados durante o processo do golpe. "A organização criminosa elaborou um plano [...] para garantir a fuga de Jair Bolsonaro caso a tentativa de golpe fosse frustrada."

Moraes mencionou também a fuga do deputado Delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por tentativa de golpe, para os Estados Unidos: "Evadiu-se do país [...] com a finalidade de se furtar à aplicação da lei penal".

Ele concluiu argumentando que "não há dúvidas sobre a necessidade da conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva."

O relatório de Moraes

O relatório reconstruído por Moraes mostra que os descumprimentos de Bolsonaro começaram logo após a imposição das primeiras medidas cautelares, em julho:

  • uso de redes sociais, apesar da proibição;
  • publicação de vídeos exibindo a tornozeleira;
  • atos públicos com discursos transmitidos online;
  • descumprimento da proibição de manter contatos proibidos;
  • descumprimento da proibição de receber visitas com celular;
  • participação indireta em mobilizações.

O relatório conclui com a informação de que houve confissão formal da violação. "Havendo, inclusive, a confissão do próprio Jair Messias Bolsonaro sobre a violação do equipamento."

Veja a íntegra do relatório de Moraes.

O voto de Flávio Dino

O ministro Flávio Dino apresenta um voto didático, começando por explicar o que é a prisão preventiva, quando pode ser decretada e quais são seus requisitos legais.

Veja a íntegra do voto do ministro.

1. A base legal

Dino cita o artigo 312 do Código de Processo Penal:

"A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública [...] quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado."

2. Por que há perigo na liberdade de Bolsonaro

Dino lista os elementos que caracterizam o periculum libertatis (risco decorrente da liberdade):

  • violação do monitoramento eletrônico às 0h08 do dia 22/11: "Vídeo amplamente divulgado constitui prova incontrastável quanto à tentativa de destruição do equipamento".
  • convocação de manifestação por Flávio Bolsonaro, com potencial de gerar tumulto e favorecer evasão: "Risco concreto de grave abalo à ordem pública e possibilidade de criação de condições que favoreceriam eventual evasão do país".
  • fugas recentes de outros envolvidos, que mostram padrão: "Demonstram a ambiência vulneradora da ordem pública em que atua a organização criminosa chefiada pelo condenado".

3. Ordem pública e risco de violência

Dino explica que ordem pública significa estabilidade institucional e proteção da sociedade. Ele alerta para riscos concretos de repetição de episódios como o de 8 de janeiro. "Grupos mobilizados podem repetir condutas similares às ocorridas em 8 de janeiro."

Ele também observa que a vigília poderia colocar moradores do condomínio Solar Brasília, onde Bolsonaro mora, em risco. "Configuraria risco evidente à ordem pública, expondo moradores e propriedades privadas a potenciais danos."

4. Aplicação da lei penal

Dino reforça que há risco real de evasão: "O próprio condenado, de maneira reiterada e pública, manifestou que jamais se submeteria à prisão".

E lembra que a tornozeleira é símbolo de controle judicial - e violá-la é gravíssimo. "Não é aceitável que justamente um ex-presidente da República [...] tente violar e desmoralizar tão exitoso sistema", destacou.

Por fim, Flávio Dino vota "pelo referendo integral da decisão cautelar [...] com a decretação da prisão preventiva".

Por que os dois votos convergem

Moraes e Dino concluem que a prisão preventiva é necessária porque Bolsonaro:

  • descumpriu medidas judiciais diversas vezes;
  • deteriorou deliberadamente a tornozeleira;
  • foi alvo de mobilização para facilitar fuga;
  • tem histórico e contexto que indicam risco real de evasão;
  • liderou organização criminosa já condenada na ação penal 2.668, por tentativa de golpe;
  • coloca em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal.

A confirmação manterá Bolsonaro detido enquanto se encerram os recursos de sua condenação, o que deve ocorrer nos próximos dias, para então dar início ao cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses.

  • Processo: Pet 14.129
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