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TROCA NA CÂMARA
Congresso em Foco
15/12/2025 | Atualizado às 15:19
O empresário Adilson Barroso (PL-SP) tomou posse como titular do mandato deixado por Carla Zambelli (PL-SP) após a renúncia da parlamentar, formalizada no domingo (14). Primeiro suplente do PL em São Paulo, Barroso afirmou que pretende dar continuidade à atuação da ex-deputada, mantendo a mesma orientação política, ideológica e de oposição ao governo Lula.
"Vou dar continuidade ao mandato da Zambelli e ao meu, que já vinha sendo exercido desde o início da legislatura", afirmou o parlamentar em entrevista ao Congresso em Foco. "Estou pronto para seguir com esse trabalho." Ele foi efetivado no cargo ainda no domingo, em processo eletrônico.
Adilson já havia exercido o mandato em outros períodos da atual legislatura, enquanto Guilherme Derrite (PP-SP) comandava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Com a volta de Derrite à Câmara, em novembro, ele deixou a Câmara.
"Perseguição política"
Na entrevista, Adilson classificou a renúncia de Zambelli como a melhor alternativa diante do cenário judicial enfrentado pela ex-deputada. Segundo ele, a decisão ocorreu após uma sequência de derrotas e sob o que descreveu como perseguição política à ex-deputada, presa na Itália depois de condenada pelo STF.
"Acho que, nesse momento, foi a melhor saída, porque a perseguição foi forte. Arrumaram uma criminalidade para ela e acabou nessa situação. Encurralaram ela", disse. Para o deputado, o fato de Zambelli ser uma liderança expressiva da direita e uma das parlamentares mais votadas do país pesou no desfecho.
Embora tenha afirmado discordar do resultado, Barroso disse que decisões judiciais devem ser respeitadas. "Mesmo quando a gente não concorda, tem que aceitar a decisão da Justiça também", declarou.
STF e anulação da votação da Câmara
Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou a votação da Câmara que havia rejeitado a perda do mandato de Zambelli, Barroso disse não dominar os detalhes jurídicos, mas afirmou esperar que a Corte tenha agido com base na Constituição.
"Espero que estejam fazendo o que está na Constituição, e não por motivação política. Não olhei essa parte jurídica com profundidade", afirmou.
Zambelli renunciou no domingo, antes de a 1ª Turma do STF confirmar a perda de seu mandato, decisão tomada por unanimidade na sexta-feira (12). Na madrugada da quinta-feira (11), o Plenário da Câmara rejeitou a cassação da deputada ao não atingir os 257 votos necessários para confirmar a perda do mandato determinada pelo Supremo. O ato, porém, foi anulado pelo ministro Alexandre de Moraes, decisão confirmada pela Turma logo em seguida.
Oposição ao governo e pauta conservadora
Barroso afirmou que sua atuação no Congresso seguirá alinhada à direita e ao conservadorismo, com oposição sistemática ao governo Lula. Segundo ele, não há convergência possível com a agenda da esquerda, especialmente em temas econômicos e de costumes. De acordo com dados do Radar do Congresso, ferramenta de monitoramento legislativo do Congresso em Foco, ele votou conforme a orientação da liderança do governo em apenas 27% das vezes desde o início da legislatura.
"Eu voto acompanhando a pauta da direita e do conservadorismo. Não voto aumento de impostos, nem as pautas da esquerda. Defendo emprego, consumo e crescimento econômico", disse.
Defesa de Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência
Durante a entrevista, o deputado também fez uma defesa enfática de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como nome da direita para a disputa presidencial. Para Barroso, o senador reúne condições políticas e um perfil mais moderado para liderar o campo bolsonarista.
"O Flávio Bolsonaro é um cara moderado, inteligente, preparado. É a melhor candidatura que o presidente Bolsonaro poderia indicar. Ele não tem esse jeito de confronto, de briga. Vai ser o melhor governo que o Brasil já teve", afirmou.
Adilson Barroso disse acreditar que a direita deve se unir em torno de Flávio Bolsonaro e descartou conflitos com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, segundo ele, não seria candidato ao Planalto. O nome de Flávio foi escolhido por Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe, como seu sucessor na disputa presidencial de 2026.
"Renúncia estratégica" e inelegibilidade
A renúncia de Carla Zambelli foi classificada como estratégica pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Segundo ele, a decisão já vinha sendo avaliada antes mesmo da votação no plenário que rejeitou a cassação do mandato.
Aliados afirmam que o objetivo é fortalecer a defesa da ex-deputada na Justiça italiana e tentar barrar o pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro. Mesmo com a renúncia, Zambelli segue inelegível.
Ela foi condenada pelo STF a dez anos de prisão no caso da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e acumula outra condenação criminal por perseguir um jornalista armada na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Somadas, as penas ultrapassam 15 anos de prisão. Além disso, o TRE-SP cassou seu mandato e a declarou inelegível por abuso de poder político, decisão ainda pendente de análise no TSE.
Sétimo partido
Adilson Barroso tem longa trajetória na política partidária. Foi fundador e presidente do antigo Patriota (inicialmente chamado de PEN), legenda que se fundiu ao PTB para formar o PRD. Antes disso, passou por PTB, PFL e Prona, tendo sido vereador, vice-prefeito e deputado estadual em São Paulo. O PL é o sétimo partido de Adilson.
Após disputas internas, foi afastado do partido que ajudou a criar e se filiou ao PL. Em 2022, obteve 62 mil votos para deputado federal, garantindo a primeira suplência da sigla em São Paulo. Ao longo da legislatura, apresentou 34 projetos e atuou principalmente em comissões ligadas à agricultura, infraestrutura e relações exteriores.
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