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Mandetta deixou o Ministério da Saúde em abril do ano passado após entrar em choque com Bolsonaro[fotografo] Marcos Correa / Presidência da República [/fotografo].
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta tenta conquistar apoio nacional para ser uma das alternativas nas eleições presidenciais de 2022. Ele esteve há poucas semanas em conflito com o DEM, seu próprio partido, por conta dos acenos do presidente da legenda, ACM Neto, à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro.
Mandetta foi ministro de Bolsonaro e, por conta das atitudes do presidente na pandemia, deixou a pasta e virou rival do ex-chefe.
Na semana passada, o ex-ministro e o ex-prefeito de Salvador (BA) se reuniram na casa do secretário-geral do DEM, Pauderney Avelino, em Brasília (DF). O Congresso em Foco apurou que a conversa foi pacificadora e que não foi mencionada a possibilidade de saída de Mandetta do DEM, algo cogitado por ele recentemente.
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"O Mandetta é um dos quadros mais importantes do Democratas. É um quadro que tem dimensão nacional, é uma referência no assunto saúde pública e a experiência pode neste momento trazer importantes contribuições nessa reflexão dos caminhos para superação da pandemia. É natural que o partido dê todo espaço e relevância para que com a experiência dele, ele possa trazer sua contribuição para o país", disse Neto ao Congresso em Foco.
ACM Neto tem dito que o DEM não começou as discussões sobre 2022 e que isso não deveria ser feito durante o momento de agravamento da pandemia do coronavírus.
A mobilização do DEM por Mandetta neste momento não significa necessariamente que o partido vai optar por lançá-lo no pleito do ano que vem. Além de Mandetta e Bolsonaro, há integrantes do partido que apoiam Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Mandetta disse ao jornal Folha de São Paulo no dia 4 de fevereiro que ACM Neto é "maria-mole" e cobrou uma definição do partido sobre a disputa. Em entrevista ao Congresso em Foco no início de fevereiro, ACM Neto afirmou que Mandetta dava a impressão de querer levar o partido para a oposição a Jair Bolsonaro, algo que o presidente do partido descartou fazer.
"O Mandetta tem um pensamento, que não é o pensamento do partido. O Mandetta desejaria neste momento, imagino que ele desejaria ser oposição, o partido não é oposição. O pensamento dele não reflete o pensamento majoritário do Democratas", afirmou na época.
Para selar as pazes, o presidente do partido e o ex-ministro da Saúde participaram nessa terça-feira (2) de uma live para falar sobre sobre um balanço de um ano da crise do coronavírus. Na ocasião, tanto Neto quanto Mandetta criticaram a gestão de Bolsonaro na pandemia. O ex-prefeito baiano perguntou a Mandetta como o país estaria caso "a liderança do governo federal fosse diferente".
“Chega de apostar no caos. Eu não preciso de um líder para decidir se meninas vestem rosa e meninos vestem azul, mas sim de um que decide sobre o que interessa. Como esse vírus. A covid não quer saber se você é de esquerda ou direita. A doença quer saber se você vai dar carona para ela”, declarou o ex-ministro da Saúde.