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Congresso em Foco
23/7/2009 14:38
Mário Coelho
O presidente Lula disse na manhã desta quinta-feira (23) que é preciso saber o "tamanho do crime" supostamente cometido pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Em entrevista à Rádio Globo de São Paulo, Lula foi questionado sobre as gravações divulgadas ontem pela imprensa, que ligariam o peemedebista ao ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, e os atos secretos.
"É preciso saber o tamanho do crime. Uma coisa é você matar, outra coisa é você roubar, outra coisa é você pedir emprego, outra coisa é relação de influência, outra coisa é lobby", afirmou Lula. Para o petista, não pode acontecer o "crime antecipado". Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, uma sequência de sete diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial revela a prática de nepotismo da família Sarney no Senado. Ouça os diálogos aqui.
Para Lula, é preciso garantir o funcionamento da democracia para as pessoas terem liberdade de denunciar e os mecanismos de investigação terem liberdade de denunciar. "No final disso tudo, você estabelece um veredicto. O que você não pode é vender tudo como se fosse um crime de pena de morte. Ou seja, é preciso que você estabeleça confiabilidade nas instâncias de investigação e de julgamento", disse o presidente.
Ao falar sobre as denúncias, Lula defendeu a permanência de Sarney no cargo. "Eu não posso entender que cada pessoa que tenha uma denúncia tenha que renunciar ao seu cargo. Eu não posso entender que, se amanhã sair uma denúncia contra você, a Rádio Globo te mande embora antes de você ser investigado. Que se investigue corretamente, que se apure corretamente, que se puna corretamente", afirmou.
O petista comentou que o Senado tem os instrumentos "para fazer as investigações corretas". Além disso, Lula lembrou que Sarney pediu para a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma nova estruturação do Senado e para "que a PF investigasse a questão do emprego do seu neto".
"Tem denúncias que investigadas são verdadeiras. Aí tem que ser um processo que o Ministério Público inicia e o poder Judiciário dá a pena, faz o julgamento. Mas tem denúncias que não deram em nada. As pessoas já estão condenadas antes. É isso que eu quero evitar", explicou Lula.
O presidente justificou, ainda na entrevista, a declaração dada ontem, na qual afirmou que o Ministério Público (MP) tem que tomar cuidado com a "biografia dos investigados". "Eu não disse apenas a biografia. Eu disse que o Ministério Público, como instituição poderosa que é, tem que tomar cuidado de cumprir a lei ao pé da letra, porque se ele ceder à pressão do Executivo, à pressão da imprensa e à pressão do Legislativo, muitas vezes as pessoas são condenadas antes de provar que as pessoas cometeram crime", disse.
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Lula ainda foi questionado sobre outros temas durante a entrevista. Sobre a gripe suína, ele considerou a atuação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, como extraordinária. E disse que até o próximo inverno o Brasil já terá sua própria vacina, elaborada em parceria com a França.
Ele disse que não tem como dizer qual será o seu futuro político, ao ser questionado se voltaria em 2014. E comentou que o PT deve fazer uma grande aliança em São Paulo para poder eleger o governador. Ainda disse que o país está preparado para receber a Copa do Mundo de 2014, que é preciso apenas vontade de fazer. "Se o Brasil organizou a Copa em 1950, quando era apenas um produtor de café, por que não agora?", questionou.
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